Na última edição do programa Análise Política da Semana, transmitido nesse sábado (16) no YouTube da Causa Operária TV (COTV), Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), fez mais uma denúncia sobre a Polícia Federal (PF) brasileira.
Pimenta informou que Karim, um homem de Marrocos, após vender todos os seus pertences no vilarejo onde morava, decidiu se mudar para o Brasil. Segundo o dirigente trotskista, ele “aprendeu português, gosta do Brasil, gosta do futebol brasileiro, da música”. Além disso, o homem, que plantava oliveiras e vendia azeite de oliva, trouxe sua mulher e filho pequeno para o País.
Entretanto, ao chegar no Brasil, ele foi parado pela Polícia Federal.
“Qual o crime dele? Ele teve a ‘imprudência’ de fazer publicações condenando o genocídio na Palestina. Ele foi acusado de envolvimento com o terrorismo, o que é uma barbaridade, e mostra, também, o nível de ameaça que existe no Brasil contra a esquerda brasileira”, afirmou Rui Pimenta.
Segundo fontes informaram ao Diário Causa Operária (DCO), a Polícia Federal confiscou seu celular e tomou conta de suas redes sociais. Além disso, ele foi detido e separado de sua esposa e filho, os quais tiveram entrada permitida ao Brasil.
O presidente do PCO explicou por que o regime se sente confortável o suficiente para fazer uma arbitrariedade como essa contra o marroquino, mas não contra outras personalidades e organizações políticas.
“E as pessoas que, no Brasil, estão se manifestando contra o genocídio? Quer dizer, por que eles não vêm para cima dessas organizações de maneira mais incisiva? Porque eles não se sentem com força suficiente para fazer isso. Mas, no caso desse cidadão, que não tem ninguém que o defenda, que não é brasileiro, que está chegando aqui agora; eles aplicam toda a força da repressão”, argumentou, ressaltando que “se a situação ficar mais favorável, vão reprimir as pessoas aqui também”.
Continuando sua denúncia contra a Polícia Federal e a diplomacia brasileiras, Rui Costa Pimenta afirmou ter a informação de que “todos os palestinos que pediram visto de entrada no Brasil tiveram o visto negado pelo governo brasileiro”. Ele argumenta que isso é resultado da influência direta do imperialismo e de seus órgãos de inteligência sobre o Brasil, impondo ao País os seus interesses.
“O controle da entrada de palestinos e árabes no Brasil está totalmente sob controle da CIA, isso em pleno governo Lula. Da CIA e, logicamente, do Mossad. Existe uma perseguição contra todos os que defendem a Palestina”, afirmou.
Ele ainda destacou a hipocrisia dessa política diante da Cúpula do G20, que ocorrerá nos próximos dias no Rio de Janeiro. Afinal, estarão, no Brasil, os principais apoiadores e financiadores do genocídio perpetrado por “Israel” na Faixa de Gaza e no Líbano. Estes genocidas, no entanto, não sofrem nenhum tipo de perseguição. “Quer dizer, a Polícia Federal brasileira e, em certo sentido, o Ministério da Justiça estão completamente controlados pelo Mossad”, completou, convocando a esquerda a protestar contra essas arbitrariedades.
Logo após a última Cúpula dos BRICS, que ocorreu em Casã, na Rússia, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma denúncia que corrobora a avaliação de Rui Costa Pimenta, afirmando que toda a diplomacia brasileira é, há décadas, controlada por Washington.
“É uma chancelaria que conhecemos bem, que sempre conspirou contra a Venezuela. Nós a enfrentamos dentro das regras da diplomacia; é uma chancelaria muito vinculada ao Departamento de Estado dos Estados Unidos. Desde a época do golpe de Estado contra João Goulart nos anos 60, a ditadura entregou o Itamaraty e o Serviço Exterior do Brasil ao Departamento de Estado. Então, todas as escolas de formação diplomática do Brasil foram instaladas e influenciadas pela diplomacia imperial dos Estados Unidos. Praticamente não há funcionários que não tenham algum vínculo com o Departamento de Estado. Isso sempre foi assim. E continua sendo até hoje,” declarou Maduro em resposta a ter seu ingresso nos BRICS proibido pelo Brasil.
Rui Pimenta, ainda na Análise Política da Semana, voltou a denunciar o caso de Lucas Passos, parecido com o do marroquino citado.
Lucas Passos Lima foi preso em novembro de 2023, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, após retornar de uma viagem ao Líbano. No dia 5 de setembro, ele foi condenado pela Justiça a mais de 16 anos de prisão por “terrorismo”. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele teria sido recrutado pelo partido libanês Hesbolá para promover ataques contra a comunidade judaica no Distrito Federal.
Liberdade para Lucas Passos, preso político do Mossad no Brasil!