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Dia de hoje na História

A Revolta lionesa contra a Convenção

Movimento contra-revolucionário ganhou força quando o oficial municipal Joseph Charlier tomou o controle da cidade

Considerado um dos momentos mais sangrentos do chamado período do Terror, na França revolucionária, a revolta da cidade de Lião contra a Convenção (regime que vigorou entre 1792 e 1795 no processo da Revolução Francesa), aconteceu entre junho e novembro de 1793 e teve três fases distintas: a revolta da cidade contra o então sistema vigente, as convulsões e a repressão.

O pesquisador Bruno Benoit, destaca em seu texto É possível comemorar a revolução em Lião? que os acontecimentos que precederam a revolta se articularam de forma original. De acordo com ele, antes dos tempos revolucionários em Lião, exista uma exasperação social entre tecelões e os comerciantes-fabricantes lioneses.

“O clima se degrada ainda mais após a aplicação, em outubro de 1790, da Constituição civil do clero. Igreja e fiéis lioneses se dividem”, descreve Benoit. Durante os meses que se estendem entre o verão de 1792 e o outono de 1793 as tensões aumentam. O movimento contra-revolucionário ganhou mais força quando Joseph Charlier, oficial municipal, por intermédio de seus correligionários toma o controle da cidade.

Ocorre que os lioneses não apreciam o programa sócio-politico do grupo baseada na palavra de ordem: morte aos ricos. Em 29 de maio de 1793 as seções moderadas tomam a municipalidade e prendem Charlier. “Lião se rebela contra Paris, a República e a Revolução”, esclarece o pesquisador.

Não demorou para que o líder local dos revolucionários fosse o primeiro a ser guilhotinado na cidade no dia 16 de junho de 1793. O levante ecoou na Convenção, que iniciou o cerco à cidade em 7 de agosto. Liderada por Couthon, em seguida por Fouché e Collot dHerbois, a repressão ao movimento de Lião teve a ambição de ter um caráter pedagógico contra todos os contra-revolucionários.

E a violência foi tamanha que lioneses condenados pela comissão revolucionária são guilhotinados na Praça des Terreauz. Na sequência, para acelerar o processo, outros tantos foram metralhados na planície des Broteaux, conforme explica Bruno Benoit. Ao todo são contabilizados 1800 mortos em razão da rebeldia de Lyon contra a revolução.

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