Oriente Médio

O Iêmen responde às provocações da Arábia Saudita

As ações diretas e eficientes dos iemenitas na região tem colocado em xeque a posição de países pró imperialistas

A declaração de apoio dos iemenitas aos palestinos, logo após a operação do Hamas “Dilúvio de al Aqsa” em Gaza fez aumentar a tensão com a Arábia Saudita. Essa escalada entre os dois governos se dá justamente por conta das ligações que a Arábia Saudita tem com o imperialismo, principalmente norte-americano.

As tensões atingiram o auge entre ambos após a recente temporada do Hajj (peregrinação realizada à cidade santa de Meca pelos muçulmanos), quando autoridades sauditas detiveram vários peregrinos iemenitas em Jeda e impediram seu retorno ao Aeroporto Internacional de Sana.

Segundo o The Cradle, “este movimento teve como objetivo reforçar uma decisão saudita recente de transferir o escritório da Yemenia Airlines para Adem – a capital interina do governo ‘reconhecido internacionalmente’ apoiado pela Arábia Saudita, ignorando efetivamente Sana”.

Ainda segundo o The Cradle, “a decisão representa riscos para os viajantes que teriam que transitar pelo aeroporto de Adem, controlado por grupos separatistas apoiados pelos Emirados Árabes Unidos, e poderia impactar os cidadãos iemenitas, a quem o governo tem o dever de proteger”.

O governo então tomou medidas para se impor, a primeira foi deter vários aviões iemenitas e se comunicar por meio de intermediários com os sauditas. No entanto, sem resposta da Arábia Saudita, o Iêmen mudou para medidas mais diretas. O porta-voz das forças armadas do Iêmen, Iahia Sari, publicou uma mensagem de ameaça: “3 dias”.

Apesar de parecer uma mensagem enigmática, muitas autoridades e ativistas iemenitas interpretaram corretamente o tuíte de Sari como um prazo para a Arábia Saudita permitir o retorno dos peregrinos a Sana ou correr o risco de uma ação retaliatória das forças armadas do Iêmen. Especialistas interpretaram como uma escala no conflito.

O Brigadeiro General Abed al-Thaur, um especialista militar e estratégico iemenita, disse ao The Cradle que as ações da Arábia Saudita visavam pressionar o Iêmen, apesar de um acordo obrigando Riade a garantir o retorno seguro dos peregrinos à capital.

Um dia antes do prazo expirar, o líder do Ansar Alá, Abdul Malic al-Huti, alertou em seu discurso semanal sobre sérias consequências se a Arábia Saudita não libertasse os peregrinos retidos, vinculando as ações recentes dos sauditas aos interesses e pressões dos EUA.

Para o The Cradle, Thaur, que também é diretor assistente do Departamento de Orientação Moral do Ministério da Defesa do Iêmen, disse: “A Arábia Saudita só entende a linguagem da força e, portanto, o conteúdo da mensagem de Sana era militar, o que significa que recorreremos a opções militares e intensificaremos as ações militares contra o regime saudita”.

Então, na tarde de 5 de julho, aviões iemenitas retornaram a Sana com os peregrinos retidos. Sari tuitou, “Foi feito graças a Alá”, enfatizando a determinação e força do Iêmen em garantir seus direitos através da força, não da negociação.

Toda a demonstração de forças dos iemenitas no mar vermelho e os ataques aos navios do imperialismo na região em defesa a população de Gaza tem surtido bastante efeito. Esse caso dos peregrinos é um deles.

De acordo com Thaur, “Os EUA e Israel representam a ameaça real à paz na região, e a Arábia Saudita hoje é uma de suas ferramentas, e talvez os EUA, com suas declarações de que vendeu armas para a Arábia Saudita, seja uma das evidências ou indicadores de que a Arábia Saudita não quer paz, mas quer escalada”.

Ele acrescenta: “enquanto a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estiverem sob a tutela do manto norte-americano, torna-se impossível lidar com eles, exceto pela força militar. Talvez uma solução militar seja a única maneira de alcançar ou implementar nossos direitos e impedi-los de ir longe demais e cometer crimes“.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.