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Universidade Marxista

‘A questão fundamental de toda a revolução é o poder do Estado’

Quarta aula da 51° Universidade de Férias do PCO aborda a Dualidade do Poder e a Frente Popular

Nesta quarta-feira (18), ocorreu a 4ª aula do curso Lênin e a Revolução Russa durante a 51° edição da tradicional Universidade de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR). O curso, ministrado pelo presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, abordou, nesta aula, duas questões centrais: a Dualidade de Poder e a Frente Popular e o Fascismo.

No início da aula, Pimenta destacou que as ideias discutidas no decorrer do curso não são meras ideias imaginativas, idealistas ou opiniões, mas leis do funcionamento da revolução. A despeito dos medos dos intelectuais pequeno-burgueses da academia, o marxismo parte de bases materiais e, logo, deterministas. Como apontado por Rui, todo o universo é regido por leis, a política não é diferente.

O ponto-chave da luta política e de seu ponto máximo – a revolução – é, como apontado por Pimenta, o poder do Estado:

“A questão fundamental de toda a revolução é o poder do Estado, isto pode parecer uma obviedade, mas se formos discutir com muita gente da esquerda elas não pensam assim. […] O processo revolucionário coloca em pauta a luta pelo poder, sem falar em luta pelo poder a revolução vira apenas abstração.”

Analisando a situação da luta pelo poder na Revolução Russa, Lênin aponta uma das principais leis do marxismo: a Dualidade de Poderes. Rui fala sobre a como durante a Revolução Russa surgiu ao lado do governo provisório um outro poder, um outro governo, o poder dos sovietes – apesar de ainda fraco e embrionário, o poder dos sovietes constituía-se como um poder real.

“Você tem um governo burguês e os operários se agrupam em conselhos de deputados operários, as duas organizações são poderes. Um de fato, existente e dominante. E outro em desenvolvimento, em potencial.”

Soldados russos fazem manifestações contra a guerra durante o verão de 1917

Este governo embrionário era composto por operários e camponeses, compondo, de fato, um poder proletário, sendo um princípio da ditadura do proletariado. Para a vitória da revolução, tem-se a necessidade de derrubar o governo da burguesia e colocar no poder este governo embrionário. Apesar de neste momento da Revolução do proletariado ter escolhido o caminho da revolução, Lênin não aponta para a derrubada imediata do governo provisório.

Rui Pimenta explicou na aula que esta decisão de Lênin se dá pelo fator determinante para a superação da dualidade de poder: a consciência da classe operária.

“O problema chave é a evolução da consciência das massas no interior da revolução. A dualidade de poderes expressa essa insuficiência da classe operaria. Por que acontece essa dualidade de poderes quando a classe operária já adotou a via da revolução? Porque a burguesia é mais organizada e esclarecida, tendo uma posição de vantagem com os operários. Apesar dos operários já terem adotado a via da revolução, não sabem como lidar com todos os poderes. […] É preciso explicar as massas o que está acontecendo, diante da [própria] experiência, que é preciso derrubar a burguesia e tomar o poder. Não adianta levantar a palavra de ordem de derrubar o governo, sem que as massas não tenham adotado esta palavra de ordem.”

Uma manifestação contra o Governo Provisório, em Petrogrado, em julho de 1917

Pimenta fala também sobre a diferença do desenvolvimento da consciência da classe operária durante a revolução e em períodos de refluxo. No decorrer de uma revolução, o desenvolvimento da consciência se dá como uma corrida de fórmula 1, à 300km/h. Fora da revolução, este desenvolvimento se dá a passos de tartaruga.

Um exemplo claro apontado pelo presidente do PCO é a situação brasileira. O golpe contra a Dilma deixou claro que as ilusões das massas contra os partidos pequeno-burgueses não podem ser superadas com ataques partidários, mas apenas pela experiência das próprias massas:

“Embora o Brasil não viva uma revolução, esta situação se aplica ao Brasil. No golpe de 2016, houve parte da esquerda que levantou a palavra de ordem de fora Dilma, principalmente o PSTU. O que aconteceu? As massas se levantaram contra esta palavra. […] Quando o ataque contra o PT foi muito intenso, vários setores levantaram que o PT estava morto. Afirmamos que quando colocassem um governo no lugar da Dilma, todas as bases iriam pedir para o Lula retornar ao governo, e foi o que aconteceu.”

Rui seguiu fazendo uma breve explanação histórica das Jornadas de julho da Revolução Russa, e a ascensão de Kerensky ao cargo de primeiro-ministro do governo provisório.

Os manifestantes na Nevsky Prospect são atacados por metralhadoras, 17 de julho

Outro ponto de grande importância destacado por Rui foi a questão da Frente Popular, definida como frente de colaboração de classes. Durante a Revolução Russa, houve o primeiro grande exemplo de uma frente popular, a aliança entre os mencheviques e socialistas com a burguesia. Lênin travou uma intensa luta para que as massas superassem as ilusões nesta aliança e a situação de duplo poder.

“Trotsky disse que a frente popular e o fascismo são os dois últimos recursos da burguesia. Nem precisa dizer a atualidade desta declaração. O mundo está envolto nestas duas situações. Por isso temos insistindo na nossa política que o negócio não fazer aliança com os democratas contra o fascismo, pois os democratas vão preparar o caminho para os fascistas. De onde tiramos estas ideias? Daqui. Foi o que aconteceu na Rússia, na França, na Espanha, no Chile. A frente popular prepara o caminho para o fascismo. A frente popular é um mecanismo de repressão da classe operária”, disse Rui.

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