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HISTÓRIA DA PALESTINA

A política genocida do sionismo foi inventada pelos ingleses

Os britânicos foram os primeiros a aplicar a política de demolição de casas, expulsão em massa e massacres do povo palestino

A atual revolução na Palestina não foi a primeira no país. Em 1936 aconteceu o primeiro movimento revolucionário dos palestinos contra o imperialismo e o sionismo. De certa forma foi o nascimento da Palestina. O Hamas se considera um herdeiro desse movimento, bem como todos os partidos revolucionários palestinos. Ghassan Kanafani, militante da FPLP assassinado pelo Mossad, escreveu sobre o todo o processo revolucionário, incluindo a repressão.

Ele afirma que: “a resposta britânica à desobediência civil e à insurreição armada foi atacar dois pontos-chave: o primeiro foi a estrutura organizacional que, na maioria dos casos, era mais revolucionária que a liderança, e o segundo as massas empobrecidas que participaram da revolta e que, na verdade, não tinham nada além de suas próprias armas para se protegerem”.

Ele destaca que: primeiramente, as regulamentações de emergência britânicas desempenharam um papel eficaz. Al-Sifri cita uma série de sentenças proferidas na época para mostrar o quão injustas essas regulamentações eram: ‘seis anos de prisão por posse de um revólver; 12 anos por posse de uma bomba; cinco anos com trabalhos forçados por possuir 12 balas; oito meses por desviar um destacamento de soldados; nove anos por posse de explosivos; cinco anos por tentar comprar munição de soldados; duas semanas de prisão por posse de um bastão, etc’”.

O massacre foi grande, os numeros oficiais dos britânicos indicam que “o número de árabes palestinos mortos na revolta de 1936 foi de cerca de mil, além dos feridos, desaparecidos e internados. Os britânicos empregaram a política de explodir casas em larga escala. Além de explodir e destruir parte da cidade de Jafa (18 de junho de 1936), onde o número de casas destruídas foi estimado em 220 e o número de desabrigados em 6.000, cem cabanas foram demolidas em Jabalia, 300 em Abu Kabir, 350 em Xeique Murad e 75 em Arab al-Daudi. É claro que os habitantes dos bairros que foram destruídos em Jaffa e das cabanas que foram demolidas nas periferias eram camponeses pobres que haviam deixado o campo para a cidade. Nas aldeias, de acordo com a estimativa de al-Sifri, 143 casas foram explodidas por razões diretamente ligadas à revolta. Essas casas pertenciam a camponeses pobres, alguns camponeses médios e um número muito pequeno de famílias feudais”.

É o método que os sionistas aperfeiçoaram com a Naqba, a catástrofe palestina de 1948, e que até hoje é utilizado pelo Estado de “Israel”. A Faixa de Gaza é uma nova etapa, em que as bombas são despejadas pela força aérea.

Junto a repressão os britânicos manobrava seus lacaios. Kanafani descreve que o “emir Abdulá da Transjordânia e Nuri Said começaram a agir para mediar com o Comitê Superior Árabe. No entanto, sua mediação foi malsucedida, apesar da disposição da liderança em aceitar seus bons ofícios. Mas o movimento das massas ainda não estava pronto para ser domesticado em 1936, embora esses contatos tenham tido um efeito negativo sobre a revolta e deixado a impressão de que o conflito em andamento era passível de solução. E, de fato, essa iniciativa, que começou com um fracasso, seria completamente bem-sucedida em outubro do mesmo ano, apenas cerca de sete semanas depois”.

Os sionistas aprenderam a tática de corromper lidernaças de um lado e reprimir violentamente de outro. Eles também assassinavam as lideranças que eram revolucionárias. Foi o caso de Izz al-Din al-Qassam, o líder revolucionário que foi assassinado em 1935, seu martírio foi o estopim da revolução.

Sobre isso, Kanafani comenta: “não que esses contatos fossem a única forma que a dialética das relações entre a Palestina e os países árabes vizinhos assumiu. Essa dialética era mais complicada e refletia a complexidade dos conflitos. Já vimos o que al-Qassam representava nesse campo; e, de fato, o fenômeno qassamista, nesse sentido, continuou a existir. Um grande número de combatentes árabes pela liberdade afluía para a Palestina; entre eles estavam Sa’id al-As, que foi morto em outubro de 1936, o xeque Muhammad al-Ashmar e muitos outros. Esse influxo também incluiu um número de oficiais nacionalistas aventureiros, o mais proeminente dos quais foi Fauzi al-Qawuqji, que, pouco depois de entrar na Palestina à frente de um pequeno grupo em agosto de 1936, declarou-se comandante-em-chefe da revolta”.

Ele segue: “a maior parte do peso da violência revolucionária no campo e das ações de comando nas cidades continuou a ser apoiada pelos camponeses despossuídos. De fato, foram os ‘oficiais’ que emergiram das fileiras dos próprios camponeses que continuaram a desempenhar o papel principal, mas a maioria deles estava subordinada à liderança de al-Mufti. Eles também representavam um heroísmo lendário para as massas da revolução”.

A Revolução de 1936 não foi vitoriosa, pois não havia nenhuma liderança revolucionária consolidada, nenhuma organização enraizada nas massas palestinas. Ela foi um enorme entrave para o domínio britânico no Oriente Médio, mas não conseguiu derrotar o sionismo. A contra revolução, em 1939, abriu caminho para a criação do Estado de “Israel”. Em 1948 a sociedade ainda não havia se reorganizado para lutar contra os sionistas.

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