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Brasil

A polícia brasileira é capaz de qualquer loucura

A solução para por fim a essa carnificina passa, necessariamente, pela extinção das polícias

 

As ações criminosas da Polícia Militar contra cidadãos em abordagens resultando na morte das vítimas, muitas vezes sem que estas ofereçam qualquer resistência é uma prática que se perpetua há décadas e que vem explodindo no último período, com letalidade policial crescendo impressionantes 188,9% ao longo dos últimos dez anos, configurando uma verdadeira chacina deliberada contra a população. Em 2023, foram registradas 6.393 mortes por intervenção policial no Brasil.

Somente nos primeiros oito meses de 2024, foram registradas 441 mortes pela polícia, embora algumas fontes relatem 496. No mesmo período de 2023, esse número foi de 247, indicando um crescimento de 78,5%. Esses dados refletem uma escalada de violência, especialmente contra cidadãos pobres, negros e moradores das periferias.

Na madrugada de 2 de dezembro, um vídeo registrou um caso emblemático de violência policial: em Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, um homem foi jogado de um viaduto sobre um córrego por um policial. As imagens mostram que a vítima, vestida com uma camisa azul, não representava qualquer ameaça, fato confirmado pelo coronel Emerson Massera, porta-voz da corporação.

Segundo moradores, o homem foi perseguido após uma colisão provocada pelos policiais durante uma perseguição de motos. Após xingar os agentes, foi arremessado do viaduto e deixou o local sangrando. A PM informou que ele estava vivo, mas não identificado.

Outro caso ocorreu em Camaragibe, região metropolitana do Recife, envolvendo Thiago Fernandes da Silva, de 23 anos, que trabalhava como mototaxista. Um vídeo mostra Thiago deixando um passageiro em frente a um condomínio e discutindo com um policial à paisana, identificado como Venilson Cândido da Silva, de 50 anos.

O agente sacou uma arma e atirou contra Thiago, que morreu no local. Após o assassinato, moradores identificaram o policial dentro de um ônibus, o retiraram à força e iniciaram um linchamento. O assassino foi levado ao hospital por policiais e preso em flagrante por homicídio.

Ainda no mesmo dia, moradores bloquearam vias em Timbi, bairro de Camaragibe, em protesto contra o assassinato de Thiago, exigindo justiça.

Outro episódio trágico ocorreu em 20 de novembro, quando o estudante de medicina Marco Aurélio Cárdenas Acosta, de 22 anos, foi morto por um policial na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Imagens de segurança mostram Marco Aurélio entrando em um hotel, seguido de perto por policiais.

Durante uma tentativa de imobilização, ele foi alvejado à queima-roupa. A versão policial alegou que o estudante estava envolvido em um desentendimento com uma acompanhante, mas as imagens contradizem essa versão. O policial responsável foi afastado e indiciado por homicídio doloso.

Além desses casos, em Santos, o assassinato da criança Ryan Andrade, de quatro anos, chocou o País. A PM admitiu que a bala “provavelmente” partiu de uma arma policial. Durante a operação, dois adolescentes também foram atingidos; um deles morreu.

Apesar de alegar que “não tolera desvios de conduta”, a Secretaria de Segurança Pública tem enfrentado críticas pela impunidade em casos de violência policial. O secretário Guilherme Derrite prometeu punições severas, mas a prática contradiz o discurso.

Os casos de violência policial remetem a um histórico de massacres, como os da Candelária, do Carandiru e do Jacarezinho, entre outros. Desde 2017, 41% das mortes por intervenção policial ocorreram em operações semelhantes.

Especialistas sugerem melhorias no treinamento policial, reforço no controle das operações e uso de armas não letais. Isso, porém, não mudaria nada no massacre da parcela mais pobre do povo brasileiro. A repressão violenta persiste como instrumento de dominação do Estado burguês contra a classe trabalhadora.

A solução para por fim a essa carnificina passa, necessariamente, pela extinção das polícias e pela implementação de um modelo de segurança sob controle popular. Agentes eleitos diretamente pelos moradores deveriam substituir o burocrático das polícias em vigor atualmente, garantindo que a segurança pública atenda aos interesses da população e não à manutenção da ordem capitalista.

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