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Petróleo

A Petrobrás está sempre certa, os ambientalistas sempre errados

Toda a argumentação ambiental contra a Petrobras só serve aos interesses do imperialismo, que quer manter o Brasil como colônia

A posição da esquerda pequeno-burguesa, diante de um ano e meio de governo Lula, é basicamente a mesma posição que levou o PT a sofrer o golpe de Estado em 2016. Essa esquerda está a postos, um pouco mais a cada dia, para desatar a campanha “fora Lula” de forma velada, assim como fez com Dilma.

É o que se extrai, por exemplo, da política apresentada pelo Esquerda Diário, em matéria publicada no último dia 25, com o título “Posse de Magda na Petrobrás: renovada garantia de mais rendimento aos grandes acionistas imperialistas”.

Em que pese relativamente verdadeiras as críticas feitas pelo texto em relação ao comando da Petrobrás, que, mesmo sob a nova gestão de Lula, não consegue dar um caráter nacional e popular para a empresa, a conclusão, sob esta ótica, está na constituição de uma oposição ao governo, um “fora Lula”, para o bom entendedor.

Mas o problema do texto, de fato, não seria exatamente esse. O problema é a capitulação ambiental diante da questão da Petrobrás. A nova onda imperialista para impedir o desenvolvimento de uma nação atrasada é sair em defesa do meio ambiente, coisa que o Esquerda Diário, embora muito radical diante de Lula, também o faz.

Afirma o texto: “combinado com essa não reversão, Magda dá fortes sinais a favor da devastação ambiental, ainda que de forma e intensidade distintas que sob Bolsonaro ou Temer. Em seu discurso, a nova presidente enfatizou sua boa relação com o ministro do centrão e negacionista climático, Alexandre Silveira (PSD), e não quis deixar dúvidas quanto a sua intenção de garantir a rentabilidade que o mercado espera“. 

Este trecho do texto revela como a esquerda capitulou completamente diante da pressão imperialista para a suposta defesa do meio ambiente, inclusive com o emprego de expressões tipicamente desenvolvidas pela imprensa capitalista, como tal “negacionismo climático”.

A preocupação ambiental é relativamente recente, e isso em razão da política dos países imperialistas em impedir o desenvolvimento de países atrasados, como é o caso do Brasil. Esses países puderam explorar à vontade qualquer recurso natural, mas, quando é a vez um país subdesenvolvido, vários políticos e especialistas aparecem para impedir o desenvolvimento sob o pretexto da defesa do meio ambiente. 

Eis alguns trechos do texto em debate que revelam essa política: “afinal, preocupar-se com a saúde e a segurança do trabalho é também preocupar com o meio ambiente. Nenhum trabalhador acorda cedo feliz pra ficar respirando carburantes o dia inteiro“.

O argumento que faz um divórcio entre meio ambiente e emprego é também um discurso para convencer a população de que uma Petrobrás produzindo mais, serve para melhorar as condições de vida dos trabalhadores do Brasil”.

É preciso promover a organização democrática dos trabalhadores pela base e defender a independência de classe diante de Magda e do governo Lula-Alckmin, lutando pelo meio ambiente junto à defesa dos empregos e contra a precarização dos trabalhos“.

Não bastasse a enfadonha questão ambiental, ainda tem outro enlatado das ONGs norte-americanas, a famosa “precarização”, que não quer dizer absolutamente nada. Ou o trabalho é uma desgraça e precisa melhorar, ou não é. “Precarizar” é como uma pessoa “em situação de rua”. Palavras bonitas que caem muito bem em um trabalho de conclusão de curso, mas servem para confundir a luta política.

Mais: “não vai ser das mãos dessa gestão da Petrobrás, à serviço da rentabilidade que teremos empregos e uma nova relação com os trabalhadores brasileiros e com o meio ambiente, o que exige ruptura com o imperialismo e com o extrativismo. Vai ser das mãos dos petroleiros, em aliança com a população atingida pela exploração e especialistas, como ambientalistas e outros, usando o conhecimento e a tecnologia a favor do meio ambiente“.

É tanto meio ambiente que é difícil acreditar que exista alguma preocupação séria com relação ao controle da Petrobrás, que deveria ser estatal, e com os petroleiros, que é quem deveria, de fato, ditar os rumos da empresa, de acordo com os interesses da classe operária e nacionais.

Se os trabalhadores brasileiros fossem alvo de tanta preocupação como é o meio ambiente, o salário mínimo já estaria na casa dos 30 mil reais. Na realidade não existe preocupação nem com um nem com outro. É tão somente o exercício diário da boa e velha demagogia, tão dileta em tempos eleitorais. 

Os problemas ambientais, se é que de fato existem, não devem servir de obstáculo para o desenvolvimento do Brasil. Até porque é o desenvolvimento que permite evoluir as formas de produção, não existe outra maneira. Também é o desenvolvimento que pode tirar o país da dependência colonial dos poderosos capitalistas internacionais, e esse, na realidade, é verdadeiro problema escondido detrás da preocupação ambiental. 

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