Mufid Abdulqader é um dos irmãos de Khaled Meshaal, conhecido militante e uma das principais figuras do Hamas. Khaled Meshaal, desde jovem, foi um defensor ativo da causa palestina e, ao longo dos anos, ganhou notoriedade como uma das vozes mais influentes na resistência palestina contra a ocupação israelense. Essa forte ligação entre Khaled e Mufid, nascidos em uma família militante, colocou Mufid na mira de autoridades imperialistas norte-americanas.
Com a fundação do Hamas em 1987, durante a Primeira Intifada, Meshaal emergiu como um dos principais líderes do partido. Em 1992, ele ajudou a fundar o birô político do Hamas e, em 1996, assumiu a liderança do mesmo. Durante sua liderança, ele guiou o Hamas por numerosos desafios e conflitos, incluindo diversas tentativas de assassinato, como a notável tentativa de envenenamento pelo Mossad em 1997, da qual sobreviveu.
Já Mufid se tornou engenheiro nos Estados Unidos e também era conhecido por suas apresentações em eventos culturais pelo país com sua banda Al Sakhra (“A Pedra”). Eventualmente, Mufid começou a contribuir com a Holy Land Foundation Relief and Development (HLF), uma instituição de caridade formada por palestino-americanos e muito atacada pelos sionistas por sua ajuda aos povos oprimidos, sobretudo do Oriente Médio.
Em 2001, após os ataques de 11 de setembro, o governo dos Estados Unidos intensificou sua ofensiva contra organizações de caridade ligadas a países de maioria muçulmana. A HLF era, na época, a maior instituição de caridade muçulmana nos EUA, com uma missão declarada de auxiliar comunidades empobrecidas e apoiar projetos de ajuda humanitária na Palestina. No entanto, o governo norte-americano acusou a fundação de repassar fundos ao Hamas, então classificado como uma organização terrorista pelos EUA.
Essas acusações baseavam-se em documentos de pouca credibilidade, levando a uma investigação agressiva que culminou com a prisão de cinco líderes da Holy Land Foundation, incluindo Mufid Abdulqader. Em 2008, após um julgamento completamente montado, Mufid e seus colegas foram condenados por apoio material ao terrorismo.
Nos anos seguintes, diversas organizações de defesa dos direitos humanos e coletivos palestinos levantaram-se em protesto contra a condenação dos membros da HLF. Entre essas entidades, a Samidoun, uma rede internacional de solidariedade aos presos palestinos, é uma das vozes mais ativas na campanha pela liberdade de Mufid Abdulqader e dos outros condenados da HLF. A Samidoun argumenta que o caso busca tornar ilegal o trabalho de caridade palestino, afirmando que os condenados foram vítimas de um sistema que os tratou com severidade desproporcional.
Apesar da campanha, o Judiciário norte-americano mantém a condenação. A pressão de ativistas continua, e a questão ganha notoriedade diante do agravamento do conflito entre “Israel” e Palestina, que traz mais atenção para as injustiças enfrentadas por palestinos e seus apoiadores nos Estados Unidos.
Mufid Abdulqader ainda cumpre pena, embora diversas campanhas estejam em andamento para buscar sua libertação. Ele é um preso político nos EUA, principal financiador do sionismo, e sua situação fica cada vez mais grave conforme o conflito no Oriente Médio se acirra.