Recentemente, durante uma visita à Alemanha, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, declarou que, “tanto os Estados Unidos como a Europa ‘entregaram’ muito menos ajuda militar à Ucrânia que o necessário”. “Os EUA e a Europa não forneceram à Ucrânia o apoio militar prometido nos últimos meses”, enfatizou o chefe da aliança militar imperialista.
Os congressistas norte-americanos (Democratas e Republicanos) acabaram de aprovar, no último dia 20, um pacote de ajuda ao regime direitista de Kiev, liderado pelo comediante Volodymyr Zelensky, de nada menos do que US$61 bilhões, o que irá garantir um certo fôlego (na verdade, a montanha de dinheiro será para prorrogar a carnificina contra o povo e particularmente contra os mal preparados e desmoralizados soldados ucranianos) para a Ucrânia “sobreviver” no conflito, já que os próprios aliados sabem perfeitamente bem que essa é uma guerra perdida, mas muito, muito lucrativa e politicamente importante para o imperialismo, na medida em que apostam no desgaste do governo de Vladimir Putin, assim como na sua possível derrubada, o que não parece uma tarefa muito fácil, em razão da recente reeleição do mandatário russo, além de sua grande popularidade.
Indagado sobre o atraso na aprovação do novo pacote de ajuda, o mandatário da OTAN disse – respondendo à emissora norte-americana MSNBC – que, “não é tarde demais, mas, claro, o atraso teve consequências reais. Os ucranianos estão há meses sendo superados em poder de fogo por cerca de um para cinco, um para dez, dependendo da parte da linha de frente de que se fala”. Se “esquece” Stoltenberg que não é exatamente “há meses” que o exército ucraniano vem sendo superado em poder de fogo pelos russos, mas isso ocorre desde o início da operação militar, em fevereiro de 2022, pois é flagrante a superioridade do exército da Rússia em relação ao da Ucrânia. Não há qualquer dúvida que a vitória russa é tão somente uma questão de tempo, não restando nada a fazer por parte dos ucranianos para impedir isso.
Os EUA e seus aliados estão muito próximos de sofrer uma retumbante e espetacular derrota na Ucrânia, a exemplo do que ocorreu no passado no Vietnã e, mais recentemente, no Afeganistão, onde foram literalmente colocados para correr pelos combatentes do Talibã.
Acertadamente, após a aprovação do pacote bilionário à Ucrânia (que incluiu também alguns bilhões para Taiwan e Israel), o porta-voz oficial do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que mais ucranianos irão perder a vida. “Isso enriquecerá ainda mais os Estados Unidos da América e arruinará ainda mais a Ucrânia, matando ainda mais ucranianos por causa do regime de Kiev”, acrescentou Peskov.
Portanto, a ajuda precária à Ucrânia – como o próprio chefe da OTAN reconhece – não é casual ou mesmo um incidente, mas responde a interesses das “democracias” imperialistas, que “não estão nem aí” para a aniquilação do país; não se importam com o sofrimento do povo ucraniano, com as centenas de mortes dos jovens, idosos e até mutilados que são todos os dias anunciadas pelas autoridades militares russas.
O prolongamento do conflito interessa diretamente ao imperialismo, promotor e incentivador de guerras ao redor do mundo, tendo por objetivo, dentre outros, manter em funcionamento a extraordinária máquina militar da indústria bélica, particularmente dos EUA.