Um dos principais órgãos de imprensa anti-sionista do mundo, o sítio The Cradle foi censurado pelo monopólio de Internet Meta, empresa dona das redes sociais Facebook e Instagram. Em artigo escrito por Kit Klarenberg no dia 3 e intitulado Meta’s role in Israel’s digital proxy war on The Cradle, o sítio denuncia que a “proibição do The Cradle do Facebook e do Instagram mostra uma aliança preocupante com grupos ligados a Israel para silenciar vozes críticas ao estado de ocupação, especialmente os meios de comunicação que cobrem a propaganda de seus adversários”.
“Os motivos oficialmente declarados foram supostas violações das diretrizes da comunidade para ‘elogiar organizações terroristas’ por meio de suas reportagens sobre as atividades dos movimentos de resistência da Ásia Ocidental”, informou The Cradle, acrescentando que, “no entanto, há motivos para acreditar que essa repressão não foi apenas uma questão de aplicação dos padrões da comunidade. As evidências sugerem que entidades conectadas à inteligência israelense desempenharam um papel significativo na decisão da Meta de banir The Cradle, um meio de comunicação dissidente e antissionista que relata a região, da região.”
Há, porém, evidências sugerindo que a decisão da Meta pode ter sido influenciada por entidades ligadas ao sinistro serviço secreto israelense ao programa de propaganda sionista, conhecido como Hasbará. O pesquisador Jack Poulson, ouvido por The Cradle, aponta que a chefe de política de “Israel” da Meta Jordana Cutler, anteriormente ocupou cargos no governo israelense e que a organização CyberWell, associada à propaganda sionista, tem influenciado políticas de censura da Meta. Disse Poulson:
“O fato de o Meta banir uma fonte de notícias como o The Cradle, que critica ‘Israel’, não é tão surpreendente quando se leva em conta seu histórico. Além de a chefe de política de Israel da Meta, Jordana Cutler, ser ex-chefe de gabinete do Ministro de Assuntos Estratégicos de Israel e quase sua diretora-geral. A CyberWell, organização de propaganda do governo israelense, também é um ‘parceiro de confiança’ da Meta. Em julho, a organização ajudou a influenciar a política da Meta sobre críticas ao sionismo.”
A CyberWell, que se apresenta como um “centro de pesquisa sobre antissemitismo” e foi fundada com o objetivo de combater o que considera antissemitismo online, o que em nada difere dos métodos tradicionais do identitarismo, que quando mencionam “combate”, querem na realidade dizer “censura” e repressão. Fundada após um relatório do Ministério de Assuntos Estratégicos de Israel, a CyberWell possui conexões com ex-militares e ex-agentes de inteligência israelenses, e colaborou com outras operações de influência financiadas pelo governo israelense.
The Cradle destaca que a CyberWell nega “financiamento ou conexões com governos”, mas “removeu rapidamente as referências a seus fundadores, equipe e consultores de seu site após essas revelações”. Segundo a reportagem:
“Evidências de arquivo revelam que muitos membros da ‘equipe dinâmica’ da organização sem fins lucrativos, composta por ‘acadêmicos, generais aposentados, ex-alunos de inteligência e profissionais de tecnologia inovadores’, têm vínculos profundos com a inteligência e as forças militares israelenses, como o fundador dos EUA, Tal-Or Cohen Montemayor, ex-soldado de ocupação e profissional de inteligência.”
Além disso, a Meta tem sido criticada por sua censura sistemática de conteúdo crítico a “Israel”. Relatórios da Human Rights Watch e do Access Now (ONG dedicada a estudar fenômenos relacionados à censura global e na internet) documentaram a remoção, e supressão, de conteúdos relacionados à Palestina nas plataformas da Meta, o que inclui postagens de apoio pacífico aos palestinos e meros registros dos crimes cometidos pela ocupação sionista.
“Em outros lugares”, informa The Cradle, “o grupo de direitos digitais Access Now documentou como o conteúdo prejudicial ao estado de ocupação foi censurado segundo as políticas do Meta não relacionadas à ‘desinformação’ ou ao ‘antissemitismo’, ou informadas por organizações como a CyberWell”, diz a matéria, indicando um alinhamento tão profundo que muitas vezes, termina atuando junto com o gabinete de guerrilha digital sionista, que acrescenta:
“Por exemplo, após o bombardeio do Hospital Árabe Al-Ahli de Gaza em 17 de outubro de 2023, que matou 471 palestinos e deixou outros 342 feridos, o Facebook e o Instagram removeram o conteúdo que documentava a explosão e mostrava corpos de vítimas de acordo com a política do Meta sobre nudez adulta e atividade sexual.”
Esses eventos indicam uma crescente influência de grupos sionistas na moderação de conteúdo online, reforçando a censura de qualquer publicação crítica ao estado de ocupação israelense e à Resistência Palestina. Curiosamente, no entanto, a rede social onde esse controle da informação é menor é justamente o X, onde, por sinal, o perfil do The Cradle continua ativo.
Em meio à campanha de recrudescimento da censura no Brasil, não faltaram esquerdistas acusando o X de ser uma rede social de extrema direita e imperialista. A realidade, no entanto, demonstra que entre as principais redes sociais disponíveis, o X é exatamente a menos alinhada ao programa de censura em escala mundial defendido pelos setores mais poderosos do imperialismo e em apoio a “Israel”, política seguida com especial dedicação pela extrema direita, no Brasil e no mundo.