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Economia

A ‘melhora econômica’ no Brasil resolveu algo?

Não é com corte de benefícios sociais que o imperialismo vai aceitar o governo Lula

O governo Lula em seu 3º mandato tem anunciado que a economia deu um salto qualitativo. O PIB tem crescido acima de 3%, foram 3,2% de crescimento em 2023 e a previsão para 2024 é de 3,5%. O desemprego tem diminuído e a inflação deste ano deve ficar em 4,9% conforme projeção do Banco Central. O salário mínimo foi reajustado de 1.320 reais em 2023 para 1.420 reais em 2024.

Com esses dados o governo tem dito que os problemas do país estão sendo resolvidos. Ao olharmos para os números não há dúvidas que a situação está melhorando, principalmente se compararmos com os dados do governo Bolsonaro, onde a média de crescimento da economia ficou em 1,12% ao ano, menor que a média mundial de 1,95%, conforme estudos do Instituto de Economia da Unicamp. Ainda há as várias privatizações das refinarias da Petrobras, da Eletrobras e outras, que trouxeram enormes perdas de receitas e do patrimônio estatal para os cofres do país e do povo.

Por outro lado, temos que olhar para a situação da classe trabalhadora que perdeu muito nesses anos de  lava-jato, teto de gastos, pandemia, “ponte para o futuro”, que na verdade foi uma ponte para o passado distante, retrocedendo a industrialização, aumentando o desemprego, a inflação e etc. A perda da qualidade de vida do brasileiro trabalhador foi imensa. E agora a situação está caminhando para níveis menos ruins.

É como disse Maria da Conceição Tavares em 2014, “ninguém come PIB, come alimentos”. Os números do desempenho deste governo estão melhorando, mas se comparados com as perdas já ocorridas desde o golpe de estado fraudulento de 2016 contra Dilma Rousseff, temos muito chão a percorrer até voltarmos à qualidade de vida daquela época.

Mesmo com números positivos na economia isso não satisfaz a voracidade do Estado capitalista imperialista, nem mesmo com a enorme transferência da renda dos trabalhadores para os empresários, em especial os banqueiros, através da inflação, dos cortes de gastos de benefícios sociais como benefícios de prestação continuada (BPC), teto para aumentos salariais para poder fazer os pagamentos da dívida pública que consome cerca de 40% das receitas do estado, etc.

Se depender dos banqueiros, os trabalhadores passariam para a condição de escravos, literalmente. Apesar da inflação estar estável, o Banco Central “autônomo”, mas subordinado ao imperialismo, continua a elevar a taxa de juros Selic, que a cada 1% de aumento da taxa eleva o montante da dívida em cerca de 38 bilhões em cálculos do próprio governo e da Auditoria Cidadã da Dívida. Só esse aumento da taxa já compromete todo esforço anual do governo em manter equilíbrio nas contas públicas, e sem nenhum esforço para os banqueiros.

Sendo assim, todo esforço do governo acaba resultando em nada, e isso não é suficiente. Lula conseguiu, no máximo, estabilizar a economia para que a miséria não siga aumentando no ritmo de antes, mas não está melhorando de maneira significativa.

Acaba que o governo não consegue agradar os banqueiros imperialistas e nem agradar os trabalhadores, perdendo prestígio dos dois lados e ficando sem sustentação política. E mesmo sem agradar nem gregos e nem troianos, a concentração da renda continua a favorecer o capital à custa do trabalho.

Isso é visto no coeficiente de gini, que mede justamente a concentração da riqueza na sociedade. Em 2014 era de 0,496, em 2020 foi para 0,7068 e em 2023 baixou para 0,523. A concentração da renda aumentou muito entre 2014 e 2020 e diminuiu até 2023. Quanto mais próximo de zero indica que há pouca concentração de renda.

Tanto a cesta básica como os aluguéis têm aumentado acima da inflação, o salário médio tem sido aumentado abaixo da inflação, conforme dados do IBGE. O PIB per capita aumentou em 2,2%, conforme dados do IBGE, chegando ao valor de 50.193,52 em 2023. Esse valor é o que caberia a cada brasileiro no ano, ou 4.182,79 reais por mês, enquanto que o salário mínimo é apenas 1.412 reais por mês e a diferença é o que vai para os empresários e banqueiros.

Não é à toa que a popularidade do Lula vem caindo, com a reprovação de seu governo chegando a 34% segundo dados de pesquisa recente. O imperialismo, muito rico,  quer mais dinheiro público e os trabalhadores querem mais comida na mesa. Nem um nem outro setor estão satisfeitos com o governo.

Perseguir melhores índices econômicos não basta, os empresários querem mais dinheiro por ganancia e os trabalhadores precisam urgentemente mais dinheiro para não morrer de fome, afinal é quem está pagando toda a conta da crise criada pelos capitalistas. A reforma tributária e o novo pacote de gastos do governo deveriam favorecer os trabalhadores, mas não é o que vimos, os aumentos de impostos foram sobre os trabalhadores e pouparam as grandes fortunas. Isso é muito desumano, quem pode mais deveria pagar mais e quem pouco ganha não deveria pagar nada de impostos.

A política do Lula está levando ele ao emparedamento pelos capitalistas imperialistas. Para sair desse emparedamento precisa optar pela classe trabalhadora, que é quem vai salvar ele do paredão. Basta que Lula explique para os trabalhadores as pressões que sofre e ele contará, sem dúvida, com todo apoio que precisa para sair da crise. O povo vai apoiar o Lula, ele só precisa chamar.

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