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HISTÓRIA DA PALESTINA

A maldição dos 80 anos do ‘Estado judeu’

Sionistas temem o fim da ocupação em sua oitava década de existência

Recentemente, o jornal sionista Mizrachi publicou um artigo do jornalista Menachem Rahat, intitulado A Maldição da Oitava Década. Nele, o autor analisa o que os sionistas consideram o passado do estado de “Israel”, traçando um paralelo entre os antigos reinos judeus na Palestina e as crises enfrentadas por esses reinos ao atingir 80 anos de existência.

“O mesmo ódio fraternal que desceu ao mundo nos dias de Caim e Hevel, que se repetiu nas vidas de Yitzchak e Yishmael e Ya’akov e Esav, e explodiu novamente com o ódio dos irmãos por Yosef – este é o ódio que arde entre nós e ameaça sobrepujar o empreendimento sionista”, declara o autor, comparando a situação atual aos reinos judeus que existiram há milhares de anos.

“O estabelecimento do Estado de Israel há 75 anos é a terceira tentativa de superar a ‘maldição da oitava década’, que derrotou os dois estados judeus anteriores. Estamos atualmente no meio da nossa terceira oportunidade, mas não temos certeza se sobreviveremos a ela.” O autor demonstra uma preocupação genuína com a divisão da sociedade israelense atual, sugerindo que essa fragmentação pode levar à destruição do projeto sionista.

Esse sentimento, expresso pelo autor e refletido na realidade dessa sociedade, só foi possível devido ao sucesso da resistência a partir de 7 de Outubro. Antes disso, a ocupação estava avançando sem sinais do que estava por vir.

O Estado genocida e artificial de “Israel” enfrenta uma crise monumental. Há um abandono em massa por parte da população, revelando a ausência de raízes reais naquela terra. Soma-se a isso uma crise econômica que torna a sobrevivência dos ocupantes cada vez mais difícil.

Essa conjuntura provoca uma crescente divisão na sociedade sobre o futuro da ocupação criminosa, acompanhada por uma oposição sem precedentes ao regime sionista.

O autor também traça comparações entre a ocupação sionista e a trajetória de estados legítimos: “A sangrenta Guerra Civil Americana eclodiu 85 anos após a adoção da Constituição… A Itália tornou-se fascista e a Alemanha transformou-se em um estado terrorista nazista na oitava década após a unificação de cada nação. A Terceira República Francesa, fundada em 1871, rendeu-se ao saque nazista em 1940, na sua oitava década, enquanto o monstro comunista que nasceu na Revolução de Outubro de 1917 começou a desintegrar-se na década de 1980.”

No entanto, a comparação mais adequada seria com o apartheid sul-africano – um regime racista que, incapaz de se sustentar em seu tempo, acabou desintegrando-se.

Rahat também sugere uma solução para a crise: “contra o pano de fundo dessa ameaça devastadora, direita e esquerda, charedim e árabes, veteranos e novos imigrantes, antissionistas e pós-sionistas, religiosos e descrentes, mizrachim e asquenazim, cidadãos do ‘estado de Tel Aviv’ e cidadãos do resto do país devem aprender a renunciar, comprometer-se e unir-se em paz sob o mesmo guarda-chuva.”

Contudo, essa proposta é difícil de ser concretizada, já que a crise tende apenas a se intensificar. Além disso, o povo israelense não é como o palestino, que, mesmo sob massacre, permanece em sua terra ou morre por ela.

“Israel” é um estado artificial, no qual a maioria de seus habitantes possui dupla nacionalidade e prontamente abandona o país em momentos de crise, retornando para seus verdadeiros lugares de origem – Europa e Estados Unidos.

A cada dia, no entanto, fica mais evidente o enorme êxito alcançado pelo Hamas e por outras organizações armadas palestinas.  Há uma crescente preocupação entre a população israelense quanto à divisão interna da sociedade em relação à política criminosa de ocupação, que se expressam em artigos como o de Rahat. As ações empreendidas impuseram uma crise sem precedentes à ocupação criminosa conduzida pelos sionistas levam a uma crise que coloca a extinção desse maquinário político nazista no horizonte próximo.

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