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Redes sociais

A lobista de ‘Israel’ responsável pela censura na Meta

Reportagem do Intercept mostra papel da ex-integrante do governo israelense Jordana Cutler em plataforma de Mark Zuckerberg

Em 25 de outubro de 2024, o The Intercept publicou uma investigação detalhada conduzida por Sam Biddle revelando o impacto de Jordana Cutler, ex-assessora do governo israelense e atual coordenadora de políticas da Meta para “Israel” e a diáspora judaica. A matéria expõe como Cutler influencia diretamente a moderação (ou seja, censura) de conteúdos publicados no Instagram e Facebook, especialmente aqueles relacionados à Palestina, frequentemente reportando publicações de apoio à causa palestina e organizações ligadas a protestos contra o genocídio em Gaza.

Jordana Cutler entrou para a Meta em 2016, após anos ocupando posições de destaque no governo de “Israel” e no partido Likud. Seu histórico inclui cargos de influência na Embaixada de “Israel” em Washington, onde trabalhou com relações-públicas e foi chefe de gabinete de Benjamin Netaniahu. Ao se juntar à Meta, Cutler declarou, em entrevista ao jornal israelense Jerusalem Post, que sua função é “representar o Facebook para Israel e Israel para o Facebook”, estabelecendo uma ponte direta entre a empresa e o governo israelense. Desde então, tornou-se conhecida na empresa como uma “voz do governo”, papel incomum e diferenciado na estrutura da Meta.

Documentos analisados pelo Intercept indicam que Cutler pressionou repetidamente pela remoção de conteúdos publicados por grupos pró-Palestina, especialmente o Estudantes pela Justiça na Palestina (SJP), um coletivo universitário envolvido na organização de protestos contra a ocupação israelense em Gaza. Em várias denúncias, ela invocou a política de Organizações e Indivíduos Perigosos da Meta, que restringe a publicação de conteúdos considerados glorificadores de organizações listadas como perigosas pela empresa.

Entre as publicações denunciadas estão homenagens ao romancista palestino Ghassan Kanafani, assassinado por “Israel” em 1972, e menções a Leila Khaled, ex-integrante da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) que se tornou um símbolo da resistência palestina. Além disso, Cutler interveio contra publicações que incluíam símbolos da resistência palestina e listas de leitura sobre autores considerados influentes para o movimento, promovidas pelo SJP.

Segundo o Intercept, a Meta tem coordenações regionais dedicadas para lidar com políticas públicas em várias áreas do mundo. No entanto, a atuação de Cutler é única, e poucos países têm representantes exclusivos para defender seus interesses na empresa. Jillian York, diretora de Liberdade de Expressão Internacional da Electronic Frontier Foundation, declarou que “se a Meta deseja se comportar de forma ética, ela precisa garantir que os palestinos também tenham lugar à mesa”, apontando um desequilíbrio nas decisões de moderação da Meta.

Esse desequilíbrio é evidente quando se observa que Cutler exerce um papel de influência direta sobre os interesses do governo israelense, enquanto as vozes palestinas e outras regiões com milhões de usuários têm apenas um coordenador para todos os temas. Ao comentar sobre essa situação, Marwa Fatafta, da organização Access Now, afirmou que “não é preciso ter muita inteligência para concluir o que essa pessoa pretende”, destacando a parcialidade da presença de Cutler na Meta.

No decorrer da reportagem, Sam Biddle cita Ashraf Zeitoon, ex-coordenador de políticas do Facebook para o Oriente Médio e Norte da África, que expressou alarme sobre a liberdade de Cutler em censurar conteúdos: “se eu fosse coordenador de políticas públicas para a Jordânia e declarasse que represento os interesses do meu país dentro da Meta, seria demitido no dia seguinte”, comentou Zeitoon, que deixou a Meta em 2017. Ele destaca que Cutler se comporta como uma “indicada política”, promovendo os interesses israelenses de forma que, segundo ele, seria inadmissível para outros governos na mesma situação.

Além disso, registros internos revelam que Cutler tentou reclassificar a Cisjordânia como “território disputado” nas políticas de moderação, contrária à designação internacional de “território ocupado”. Zeitoon relembra que, durante seu período na Meta, as denúncias de Cutler sempre recebiam uma atenção imediata e preferencial, o que ele acredita continuar acontecendo atualmente, especialmente em tempos de conflito.

A interferência do governo israelense nas políticas de censura da Meta tem precedentes. Documentos obtidos pelo BuzzFeed News indicam que, em 2017, a empresa excluiu contas falsas criadas por um projeto israelense para promover agressivamente a política sionista, inclusive atacando parlamentares negros nos EUA.

Evelyn Douek, professora de Direito de Stanford e estudiosa da moderação de conteúdo, considera “extremamente preocupante” a intervenção direta de Cutler. Para ela, a criação e a aplicação de regras de moderação deveriam ser separadas, sem influência de interesses governamentais. Ela argumenta que a presença de Cutler representa uma ameaça à integridade das discussões políticas na Meta, ao mesmo tempo em que favorece um lado do conflito.

A reportagem do Intercept destaca que a Meta possui várias figuras com históricos de cargos políticos, como Joel Kaplan, ex-vice-chefe de gabinete do governo de George W. Bush, e Nick Clegg, ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido. Essa “porta giratória” entre grandes empresas de tecnologia e governos reforça a influência da política do imperialismo na aplicação das regras de censura, especialmente em temas sensíveis.

A atuação de Jordana Cutler dentro da Meta reflete o esforço sistemático do sionismo para silenciar e reprimir aqueles que apoiam a luta do povo palestino. Essa interferência direta e constante representa uma grave ameaça à liberdade de expressão e denuncia o poder que o sionismo tem no controle das redes sociais. O caso revela como o lobby de “Israel” atua não só para mudar a opinião pública, mas também para apagar qualquer crítica que denuncie suas ações brutais contra o povo palestino.

A luta contra essa censura imposta pela Meta é uma batalha fundamental pela liberdade de expressão. A censura disfarçada de “moderação de conteúdo” é uma ferramenta do imperialismo, empregada para controlar o que é dito nas redes e reforçar a repressão a movimentos antissionistas e anti-imperialistas.

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