O bloqueio imposto pela ocupação sionista à população da faixa de Gaza é comparável em violência e monstruosidade com o bombardeio indiscriminado de alvos civis levado adiante pelo exército “israelense” desde o dia 7 de outubro. Há meses faltam para a população palestinas os insumos mais básicos à sua sobrevivência, como alimentos, remédios, e etc., que culmina com as mortes por inanição, documentadas nesta semana. O sofrimento imposto, pelo sionismo e o imperialismo, aos palestinos de Gaza é um fenômeno que perpassa todos os aspectos de suas vidas.
Em matéria publicada no dia de hoje pela al-Jazeera, consta o relato de Aida al-Baawi, refugiada palestina de 29 anos que estava grávida. al-Baawi, que, assim como a maior parte da população de Gaza hoje, morava numa tenda improvisada, foi encaminhada ao hospital de mártires de al-Aqsa, onde deu luz uma menina saudável, sua quarta criança. A dureza da realização do parto, devido à falta de médicos e de anestésicos, foi, no entanto, somente a primeira etapa da duríssima provação que é ser mãe sob a violência sionista.
Em meio aos diversos insumos em falta no campo de concentração de Gaza, encontram-se as fraldas. Se antes da intensificação da campanha de extermínio levada adiante pelo sionismo era possível comprar dois pacotes de fraldas por dez dólares, hoje, quando disponíveis, o preço alcança a casa dos oitenta dólares. Al-Baawi conta que teve de procurar outras soluções: às vezes vai ao hospital próximo ver se há fraldas disponíveis, em outras vezes reutiliza fraldas secadas ao sol, não havendo outra saída, deixa sua filha com fraldas sujas, enquanto não consegue encontrar outras. Não se trata, evidentemente, de negligência, mas da falta de saídas.
Isso para não falar das duras consequências do aumento no preço das fraldas no limitado orçamento de uma mãe que tem quatro bocas para alimentar: “Se fraldas estão caras assim, como poderei pagar por outros mantimentos? Eu e minhas crianças comemos somente uma refeição desde ontem.” O mesmo fenômeno é observado no caso da fórmula de bebês e na comida, em geral; difícil acesso, e, quando acessível, cara demais.
Em meio ao caos da guerra, os palestinos são forçados a buscar alternativas: fábricas locais começaram a fabricar fraldas com materiais disponíveis, como lenços de papel, ataduras, tecidos ou náilon. Mesmo estas fraldas improvisadas, que são mais baratas, entrarão em falta na medida que acabar a “matéria-prima” de sua fabricação; e num futuro não muito distante.
Importante pontuar tratar-se de um improviso: não sendo possível a fabricação de fraldas satisfazendo especificações sanitárias, a situação desesperada causada pela política genocida do sionismo impôs a fabricação de produtos menos adequados, que tem consequências na saúde já debilitada, devido à falta de água e comida, das dezenas de milhares de crianças palestinas. Não é por acaso a denúncia da campanha militar fracassada dos sionistas ser, na verdade, uma guerra de extermínio contra os civis de Gaza.