Atenção, leitor! Graças às redes sociais, aprendemos que o sionismo não pretende censurar apenas os jornais, os blogues, as rádios, as emissoras de televisão e a Internet. Para os defensores do genocídio na Faixa de Gaza, até mesmo para realizar um jantar seria preciso pedir permissão!
É o que dizem perfis desconhecidos que resolveram perturbar a conta oficial do Partido da Causa Operária (PCO) no X (antigo Twitter). Ao publicar o convite para o jantar especial pela Palestina livre, no valor de R$200, para financiar as atividades da campanha em apoio ao povo palestino, os administradores da conta, segundo informaram à nossa equipe, se depararam com mensagens curiosas, como:
“Tem palestino MORRENDO de fome, aí o PCO resolve fazer um jantar caríssimo para comentar o tema da Palestina livre.”
É verdade, tem muito palestino morrendo de fome. Hoje em dia, até alguém que se informa somente assistindo à Rede Globo deve ser capaz de saber disso. Mas a questão é: como combater a fome na Palestina? Segundo o nosso palpiteiro de Twitter dá a entender, seria fazendo uma greve de fome! Que ninguém coma, até que acabe o genocídio na Palestina!
O único efeito que isso traria seria, na verdade, importar a fome para o Brasil. Sem sombra de dúvidas, quem escreveu o comentário poderia receber uma medalhinha do primeiro-ministro Benjamin Netaniahu.
Poderíamos até dar uma colher de chá – chá pode? – para o nosso internauta se ele, o grande crítico da fome e dos jantares (!) estivesse pegando em armas para defender o povo palestino. Mas uma breve visita ao seu perfil é suficiente para saber que ele é incapaz até de clicar em um botão de retuíte.
Outro gênio da política internacional, provavelmente um pregador da fotossíntese para seres humanos, disparou: “não vejo como panfletagem possa trazer algo de útil para os palestinos”. Esse, pelo menos, consegue pensar um pouquinho além de nosso primeiro professor. Consegue entender que o jantar é para uma campanha financeira, e não para humilhar os palestinos que não têm comida.
O que faltou ao cidadão foi um pouquinho mais de raciocínio lógico. Qual seria a importância de distribuir um milhão de panfletos contando o que de fato está acontecendo na Faixa de Gaza? Como ele pretende convencer o povo brasileiro de que o que “Israel” faz é um genocídio? Será que o país mais importante da América do Sul, uma vez que sua população estivesse convencida de que é preciso parar o genocídio em Gaza, não poderia cumprir nenhum papel no conflito?
A desculpa para se opor ao trabalho político ao qual o PCO se propõe a fazer, no entanto, é o de que seria “mais útil reverter esse dinheiro para doar mantimentos e enviá-los via Egito”. Ainda que não haja problema algum em enviar alimentos para Gaza, os palpiteiros de Twitter não devem ter percebido que o envio de ajuda humanitária não é garantia alguma de que o povo palestino irá recebê-la. Isso porque “Israel” assassina as pessoas na fila de comida e impõe bloqueios. A derrota política de “Israel” é, neste sentido, a maior garantia de que os palestinos recebam qualquer tipo de ajuda.
O mais interessante dos comentários, contudo, é que eles não vêm isolados. Junto aos supostos grandes humanistas preocupados com a fome dos palestinos, também apareceram os sionistas, com bandeirinhas de “Israel” em seu perfil, para acusar o PCO de “defender estupradores e matadores de bebês”.
Está aí, portanto, o grande motivo de tanto esperneio. Não se trata de qualquer combate à fome em Gaza, mas sim de um pretexto para defender os interesses do sionismo no Brasil. Diante de um genocídio, é melhor não fazer jantar, não levantar fundos, não fazer panfletagem. Basta ficar dando palpite nas redes sociais que o genocídio em Gaza terá fim!