A histeria identitária que promove a censura, segundo eles, com “base em bons motivos” elegeu como um dos seus alvos o maior escritor de literatura infantil do Brasil, Monteiro Lobato.
Em uma campanha digna da inquisição da Igreja católica na Idade Média, os identitários querem reescrever as obras de um dos maiores escritores brasileiros acusando-o de racismo.
Como é uma política criada e impulsionada pelo imperialismo, o identitarismo procura intimidar de modo que até mesmo as pessoas que conseguem enxergar o tamanho do absurdo que é querer censurar obras que fazem parte do patrimônio brasileiro muitas vezes não conseguem sustentar uma posição contrária sem fazer alguma concessão à patrulha identitária, como pode se ver recentemente na entrevista concedida à folha pelo membro da Academia Brasileira de Letra Betty Milan.
Ignorando completamente a História, os identitários, que se apresentam como grandes defensores das minorias, ignoram que a censura sempre foi promovida, historicamente, não pelos heróis do povo, mas por seus piores inimigos.
Além da Igreja Católica da Idade Média, outra grande promotora de censura foi a Alemanha de Adolf Hitler.
Na Alemanha Nazista, durante um período que datou de 10 de maio a 21 de junho de 1933, foram organizadas pelas entidades estudantis controladas pelos nazistas queimas de livros em praças públicas, as quais contavam com a presença de várias autoridades.
Os livros eram queimados à medida que fossem considerados incômodos ao regime. Tudo que fosse considerado crítico ou se desviasse dos padrões impostos pelo governo deveria ser destruído.
Foram queimados centenas de milhares de livros, incluindo as obras de Karl Marx, Sigmund Freud, Bertolt Brecht, Albert Einstein, Thomas Mann e muitos outros autores.
Hoje, os identitários trabalham para fazer exatamente a mesma coisa que os nazistas. Entretanto, na cabeça deles, acham que estão fazendo o bem – mas muitos nazistas também achavam isso. Finalmente, o resultado tanto de um como de outro é perfeitamente o mesmo: destruir várias obras-primas que a humanidade foi capaz de produzir ao longo de sua história.