Nos últimos dias estamos assistindo a uma campanha generalizada por parte da imprensa ligada ao imperialismo contra o regime chavista na Venezuela. Toda vez que temos uma eleição no país, o discurso dos setores favoráveis ao governo norte-americano é sempre o mesmo: “A eleição foi fraudada”.
Em 28 de julho deste ano, ocorreram eleições na Venezuela, e Nicolás Maduro mais uma vez foi escolhido presidente do país. Como de praxe, as denúncias forjadas de fraude nas eleições não tardaram a começar na imprensa golpista. Dentro do próprio país iniciou-se uma onda de protesto, inflado pela imprensa e por ONGs ligadas ao imperialismo, contra o resultado.
Segundo o próprio Maduro, as pessoas que organizaram atos terroristas no país após as eleições estavam diretamente ligadas ou recebendo dinheiro – dólar – para tais ações do governo dos Estados Unidos. Em uma transmissão do Palácio Miraflores, o presidente afirmou que os capturados estavam drogados e armados e confessaram que foram pagos no valor de 150 dólares por dia para cometer as ações.
Os criminosos atearam fogo em prédios públicos, sequestraram e espaçaram pessoas, inclusive mataram cerca de 30 militares que faziam a defesa do povo venezuelano e das instituições governamentais. Várias lideranças do governo, incluindo parlamentares e militares do exército, vieram a campo para denunciar que os guarimbeiros e as guarimbas, verdadeiras milícias de extrema direita, eram parte de um plano maior dos EUA destinado a desferir um golpe de Estado contra o governo nacionalista.
Uma reportagem publicada pela Rede Voltaire mostra que os ataques ao regime chavista por parte dessa imprensa vendida e do imperialismo tem já uma longa trajetória. Essa mesma imprensa internacional noticiou, em agosto de 2018, um êxodo massivo de venezuelanos, fugindo da “fome e da ditadura” do chavista Nicolás Maduro. A propaganda dizia que 18 mil pessoas cruzavam a fronteira todos os dias. Na altura, a ONU previu que haveria 5,3 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos em toda a América Latina no final de 2019. Tudo foi denunciado como uma grande crise.
De acordo com a Rede Voltaire, estes números eram pura propaganda enganosa: o Alto Comissariado para os Refugiados publicou as suas estatísticas oficiais de 31 de dezembro de 2018. 57% dos refugiados do mundo vieram da Síria (6,7 milhões), do Afeganistão (2,7 milhões) e do Sudão do Sul (2,3 milhões).Os refugiados adicionais totalizaram apenas 341.800 pessoas (número dentro do qual se incluem os venezuelanos, ao lado de outras nacionalidades).
Nessa mesma questão de migração, poucos meses antes das eleições na Venezuela, foram detectados pelos serviços de inteligência e órgãos do governo Maduro um fluxo muito maior do que o comum de pessoas voltando de vários países, inclusive dos EUA, para a Venezuela. A conclusão colocada pelo próprio Maduro é de que essas pessoas estariam sendo orquestradas e organizadas para voltar justamente para criar um caos no país pós-eleições.
Nesse momento de crise do imperialismo, as ofensivas contra a Venezuela estão cada vez maiores. O governo Maduro é um inimigo declarado do imperialismo na América Latina, sendo possuidor de uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Portanto, é preciso denunciar e apoiar incondicionalmente a Venezuela neste contexto contra os ataques dos Estados Unidos.