No dia 11 de novembro de 2018, uma operação criminosa de espionagem realizada por agentes do Mossad, o serviço de inteligência da entidade sionista, dentro da Faixa de Gaza resultou em uma série de eventos que não só expuseram os métodos do serviço secreto israelense, mas também consolidaram a posição de Iahia Sinuar como uma liderança efetiva do Hamas.
O plano, conduzido por oito agentes do Mossad disfarçados de palestinos, tinha como objetivo principal infiltrar dispositivos de escuta no sistema de comunicação privada do Hamas, o que teria permitido a “Israel” monitorar as atividades e estratégias do movimento de resistência. No entanto, a operação, que começou na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, tomou um rumo inesperado.
Durante a infiltração, os agentes israelenses foram interceptados por uma patrulha do Hamas que, após quase 40 minutos de questionamentos intensos, começaram a suspeitar da veracidade das identidades dos agentes, o que levou a um confronto armado. Usando pistolas com silenciadores, os agentes do Mossad abriram fogo, resultando na morte do comandante Nour Baraka, um dos líderes do Hamas, e de seu auxiliar. Em meio à troca de tiros, o chefe da equipe de espionagem, identificado como “Meni”, também foi morto.
A reação do Hamas foi imediata e intensa. Após a frustrada operação de espionagem, a Força Aérea israelense lançou bombardeios na área de Khan Younis para encobrir a retirada dos agentes sobreviventes de volta para o território ocupado. No entanto, o dano à reputação do Mossad já estava feito. Pouco tempo depois, uma investigação conduzida pela emissora catarense Al Jazeera revelou que os agentes israelenses pertenciam à unidade Sayaret Matkal, uma divisão de elite do Mossad especializada em operações de inteligência e reconhecimento, também revelando detalhes sobre como os agentes conseguiram entrar na Faixa de Gaza: sob a cobertura de uma organização humanitária internacional chamada Humedica. A missão, que pretendia ser furtiva, terminou com a exposição pública dos métodos e intenções do Mossad, além de aumentar a tensão já existente entre “Israel” e as forças de resistência palestinas.
Em 16 de novembro de 2018, apenas cinco dias após o confronto, Iahia Sinuar, então chefe do Hamas em Gaza, apresentou publicamente uma das pistolas com silenciador que haviam sido abandonados pelos agentes do Mossad no veículo usado durante a operação. O gesto simbólico de exibir a arma capturada não só representou uma vitória moral para o Hamas, mas também solidificou a imagem de Sinuar como um líder determinado.
Os meses que se seguiram à operação mal-sucedida testemunharam um aumento significativo do apoio a Iahia Sinuar dentro e fora de Gaza. Sua ascensão ao comando político do Hamas foi vista por muitos como um passo natural, dada sua longa trajetória de luta e liderança no movimento. Diversas organizações ligadas ao Eixo da Resistência, como o Ansar Alá e o Hesbolá, emitiram declarações de apoio e felicitações a Sinuar, sublinhando sua relevância no contexto da resistência palestina. A escolha de Sinuar para suceder Ismail Hanié, assassinado por Israel, foi vista como um sinal de continuidade e renovação da luta pela libertação da Palestina. Acredita-se que uma das pistolas que o recém-eleito chefe do birô político do Hamas carregou todos esses anos seja um espólio de agentes do Mossad que escaparam após a operação fracassar, deixando para trás suas armas e equipamentos. Em uma postagem viral nas redes sociais, internautas disseram que as Brigadas Al-Qassam haviam publicado fotos de vários membros do Mossad, além de fotos do veículo e do caminhão usados pelos membros do Mossad durante a operação fracassada, em seu site após o incidente. Esse uso de uma pistola com silenciador por Iahia Sinuar se tornou um símbolo do fracasso de “Israel” em sua tentativa de destruir o Hamas. Esse episódio também serviu como um lembrete da determinação das forças de resistência palestinas em continuar sua luta, independentemente dos desafios impostos pelo inimigo sionista. A resistência, sob a liderança de Sinuar, demonstrou estar determinada em seguir sua luta e alcançar seus objetivos, reforçando a coesão interna do Hamas e o apoio de seus aliados regionais.
Com o Eixo da Resistência unificado em torno da liderança de Iahia Sinuar, a luta pela libertação da Palestina continua, com uma postura cada vez mais combativa e resoluta. A figura de Iahia Sinuar, com seu perfil mais militar e combativo, simboliza a continuidade dessa luta e o compromisso com a causa palestina, reforçando que, para o Hamas e seus aliados, a resistência não é apenas uma escolha, mas uma necessidade.