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Editorial

Uma eleição política

Derrota do Partido Democrata mostrou que o aparato de propaganda do imperialismo não é capaz de conter a revolta contra a sua política genocida

O grande mote do Partido Democrata nas recentes eleições norte-americanas foi a defesa da “democracia”. Essa bandeira, repetida de forma quase obsessiva, foi o argumento central para convencer os eleitores a rejeitar o trumpismo em defesa de um sistema que se apresenta como o guardião dos valores democráticos. Mas essa “democracia” não passa de uma farsa, uma política cínica que encobre os atos mais brutais do imperialismo.

Enquanto pregam em defesa da “democracia”, os democratas lideram um governo que apoia o genocídio na Faixa de Gaza. Em apenas um ano, “Israel”, com total apoio e financiamento dos EUA, assassinou mais de 43 mil pessoas em Gaza, bombardeando civis indiscriminadamente. Simultaneamente, está agredindo o Líbano e provocando o Irã. Essa “democracia” que os democratas defendem é a mesma que reprime protestos em seu próprio território, organiza golpes de Estado ao redor do mundo e intensifica provocações contra países como China e Rússia.

A política democrata é uma extensão da máquina de guerra e repressão imperialista. Ela não representa um projeto de liberdade ou justiça, mas sim um instrumento de controle e opressão. Qualquer política em defesa da “democracia” se mostra uma farsa diante dos massacres e dos genocídios que os democratas sustentam globalmente.

Decerto que a economia teve um papel importante para o resultado final. Em meio à desindustrialização, ao desemprego crescente e à queda dos padrões de vida, a população trabalhadora procurou alternativas que enfrentassem as políticas neoliberais do Partido Democrata.

Entretanto, fato é que a eleição norte-americano foi, acima de tudo, uma eleição política, determinada justamente pelo apoio dado pelo governo Biden, por Kamala Harris e pelo Partido Democrata ao genocídio perpetrado por “Israel” na Palestina.

Os democratas, ao centrarem sua campanha em uma “democracia” abstrata, tentaram esconder essa política sanguinária, mas viram suas bases ruírem diante de seu apoio a “Israel”. A revolta popular contra o genocídio em Gaza, nesse sentido, foi o golpe definitivo que afastou setores da juventude e comunidades árabes e muçulmanas que antes os apoiavam.

A política democrata falhou porque sua “democracia” se revelou para muitos como uma cortina de fumaça, escondendo os crimes mais grotescos que a humanidade já viu. Uma lição de que o genocídio não é uma política popular.

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