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Expedito Mendonça

Militante trotskista há 40 anos, fundador e atual diretor do Sindsep-DF. Formado em História pela UniCEUB, membro da comissão de redação do Jornal Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Coluna

A demência do imperialismo

Os Estados Unidos realizam eleições em novembro com duas candidaturas que expressam a aguda etapa de crise na qual está imersa o imperialismo

No último dia 27, ocorreu o primeiro debate presidencial às eleições para a sucessão norte-americana, tendo como protagonistas os dois representantes do capital imperialista, o Democrata Joe Biden – atual presidente que tenta a reeleição -, e Donald Trump, o ex-presidente que tenta retornar à Casa Branca. Os norte-americanos vão às urnas no dia 20 de novembro.

Chamou a atenção, logo de imediato, o desempenho de Joe Biden, cuja performance durante o debate detonou uma chuva de críticas que partiram de analistas e apoiadores, fazendo acender a luz amarela no partido Democrata, muito especialmente em função das dúvidas sobre se o atual presidente é o homem certo dos Democratas para estar na disputa com Trump.

Vejamos o que foi dito sobre o desempenho de Biden…”Segundo a rede Politico, Biden pareceu dissociar quando não estava falando e mostrou um tom de voz baixo e rouco ao dar suas respostas. Trump, em contrapartida, agiu na ofensiva e fez uso de reiterada desinformação. (Monitor do Oriente Médio, 28/6). Um experiente assessor de campanha disparou essa: “é difícil argumentar que Biden deva ser o nosso candidato”. Um deputado chegou a classificar o desempenho de Biden como ‘desastre’, ao ponto de “Trump parecer razoável, apesar de mentir a 100 km/h”.

Já a ex-diretora de imprensa da Casa Branca e vice-gerente da campanha de Biden em 2020, Kate Bedingfield, caracterizou a performance como “incomumente ruim”.

De Van Jones, analista político e ex-assessor do então presidente Barack Obama, veio o comentário talvez mais desolador: “ainda estamos longe da convenção e ainda há tempo do Partido Democrata descobrir um caminho diferente para seguir adiante”. “Isso certamente não era o que precisávamos de Biden hoje. E não é apenas pânico, mas dor de ver o que vimos hoje”.

Poderíamos ficar aqui escrevendo linhas a fio sobre a preocupação dos democratas acerca da performance medíocre do atual presidente que tenta a reeleição. No entanto, o que importa e o que é fundamental, é que a suposta incapacidade de Biden para governar por mais quatro anos a nação imperialista nada tem, ou muito pouco tem a ver com sua etapa de vida senil (81 anos) ou a suposta demência que carrega consigo, onde todos os sinais clínicos são muito evidentes. Até porque se fosse esse o problema maior, o outro candidato também estaria enquadrado no mesmo critério, o de senilidade, pois Trump está com 78 anos. 

A crise maior, portanto, não é pelo fato de que concorrem à presidência da maior potência capitalista do planeta dois candidatos senis, mas sim à gigantesca crise que nesse momento o imperialismo enfrenta, sendo a eleição que ocorrerá em novembro, tão somente um dos sintomas desta enorme crise.

Não há como ocultar o imenso atoleiro no qual o imperialismo mundial e, em particular, o norte-americano, está imerso.  A crise é de caráter mundial, afetando todas as relações que o imperialismo mantém em todas as partes do planeta. 

Trump lidera as intenções de voto e seu desempenho no primeiro debate foi agressivo, contundente, deixando Biden nas cordas, acuado, daí a razão da preocupação dos assessores e apoiadores do partido Democrata.

No entanto, ainda que Biden possa reverter a desvantagem até novembro (uma hipótese pouco provável) nada irá mudar no que diz respeito à trajetória de descarrilamento dos vagões do imperialismo em todo o mundo. Ao contrário, a tendência é que a crise se acentue cada vez mais, arrastando o conjunto dos países imperialistas que se abrigam sob o guarda-chuva norte-americano, repleto de buracos e remendos.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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