Nesse domingo, chegou ao Rio de Janeiro Christiane Taubira, ex-ministra da Justiça da França. Ela irá assumir uma cadeira na Universidade de São Paulo e vai liderar pesquisa sobre as sociedades do bioma do Norte do Brasil.
Se a presença de um ex-membro de um governo imperialista e o tema da pesquisa já causariam suspeita, as declarações da ex-ministra em entrevista ao Globo não deixam dúvidas sobre as reais intenções de Taubira “O mundo inteiro pode decidir sobre o papel da Amazônia”, a declaração estampa a reportagem.
O objetivo está bem claro. Nem precisa explicar. A presença de uma representante do imperialismo na principal Universidade Pública do País tem a função de roubar a Amazônia.
Não há inocência na declaração. Ao dizer que “o mundo inteiro” pode decidir, ela está dizendo basicamente que os países imperialistas vão decidir. Não existe “mundo inteiro” em abstrato, o que existe são os países que mandam no mundo. E a França está entre eles.
A Amazônia é território brasileiro e tudo, absolutamente tudo, o que acontece lá deve ser decidido pelo povo brasileiro e pelos povos dos outros países quem tem territórios amazônicos.
É espantoso que o governo e as autoridades brasileiras deixem uma representante do imperialismo chegar ao Brasil para defender a intervenção no País. A declaração da ex-ministra francesa deveria ser alvo de duríssimas críticas e até mesmo de um rompimento de contrato com a USP. No entanto, a imprensa golpista brasileira e setores da própria esquerda acreditam que a Amazônia realmente deveria ser entregue ao imperialismo.