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História do Brasil

92 anos do levante constitucionalista de 9 de julho

Crise levaria à primeira grande derrota do movimento operário em 1935

A Revolução Constitucionalista de 1932 representa um episódio complexo da situação política que se seguiu à Revolução de 1930. Em geral, a interpretação desse evento é frequentemente motivo de muita confusão entre os historiadores. Quando a Revolução de 1930 teve início, houve uma grande mobilização da população em todo o País. Diferentemente do que muitos historiadores afirmam, de que se tratou de um movimento restrito às elites, era um movimento de massas, de tal modo que a palavra de ordem correta de Assembleia Constituinte deveria ter sido lançada pelo Partido Comunista. No entanto, o Partido Comunista permaneceu inativo durante a Revolução de 1930, desperdiçando a oportunidade de intervir no movimento enquanto as forças reacionárias estavam desorganizadas.

No período seguinte, os tenentes, que eram o grupo mais radical da situação política, mas que não confiavam em sua capacidade eleitoral, evitaram a convocação da Assembleia Constituinte. Eles preferiram estabelecer um governo ditatorial para conter a reação através do parlamento, pressionando o governo de Getúlio Vargas a não convocar a Constituinte. Isso gerou uma crise, pois os latifundiários e a burguesia de São Paulo buscavam encerrar a revolução e alcançar estabilidade política. Eles sabiam que, com a Constituinte, teriam maioria e poderiam remover os tenentes do governo, principalmente a ala esquerda dos tenentes.

A burguesia aproveitou o fato de que Vargas indicou um dos tenentes como interventor no Estado de São Paulo e impulsionou mobilizações, principalmente dos estudantes no Largo São Francisco. Os tenentes reagiram com repressão, e em um determinado momento, quatro estudantes foram mortos, o que ficou conhecido como MMDC, sigla formada pelas iniciais dos nomes dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Isso gerou uma situação de intensa agitação política em São Paulo, impulsionada pela burguesia.

Esse cenário culminou em uma breve, mas sangrenta, guerra civil, onde as forças reacionárias reivindicaram a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. O levante, realizado em nome da “democracia”, se opunha, na verdade, à ala esquerda do governo, representada pelos tenentes. O levante foi derrotado, mas não sem consequências. A Assembleia Constituinte foi convocada para 1934, e, na Assembleia, Vargas, junto com setores da oligarquia e da burguesia de São Paulo, impuseram uma ordem que excluiu os tenentes do regime.

Essa ação pode ser vista como uma contrarrevolução em oposição à Revolução de 1930, liderada por Vargas. Foi um acordo entre Vargas, que também não queria ser dominado pelos tenentes, e a burguesia de São Paulo. A maior parte da bancada da Assembleia Constituinte era composta por representantes de São Paulo, que utilizaram a máquina do antigo Partido Republicano Paulista para eleger o maior número de deputados. As oligarquias dominaram a Constituinte, representando uma espécie de retorno ao domínio oligárquico, que não se sustentou devido à intensa luta de classes e à crise nacional.

Essa situação toda levou à primeira grande derrota do movimento operário em 1935, resultado de uma política equivocada do Partido Comunista durante o Levante de 1935. Embora heróico, esse levante foi politicamente sem sentido, o que enfraqueceu o movimento operário e, eventualmente, culminou no Estado Novo em 1938.

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