Em 9 de março de 1952, há exatos 72 anos, morreu Alexandra Kollontai, uma importante revolucionária russa e militante marxista do século XX. Nascida em 31 de março de 1872, na Rússia czarista, Kollontai emergiu na luta pelos direitos dos trabalhadores e na defesa da classe operária.
Gradualmente, Kollontai se inclinou para a defesa dos interesses dos operários, aproximando-se da política defendida por Kautsky e Rosa Luxemburgo, no fim do século XX, e posteriormente por Plekhanov e Lênin. Ela se envolveu com atividades revolucionárias e, em 1899, ingressou no Partido Operário Social-Democrata Russo. Sua participação política a levou a ser presa e exilada várias vezes durante sua vida.
Em 1905, Kollontai se tornou uma líder no movimento operário russo, organizando greves e manifestações em prol dos trabalhadores, escrevendo e falando sobre as questões enfrentadas pelas mulheres trabalhadoras.
Durante a Revolução de 1917, Kollontai desempenhou um papel significativo como membro do Partido Bolchevique. Ela foi nomeada Comissária do Povo para o Bem-Estar Social no governo bolchevique, onde implementou políticas revolucionárias, incluindo o direito ao divórcio, a legalização do aborto e a criação de creches públicas. Seu trabalho foi fundamental para melhorar as condições de vida das mulheres, enquanto classe trabalhadora, na Rússia pós-revolucionária. Como a própria Kollontai se considerava, ela não era uma simplória feminista, mas uma revolucionária.
Além de suas contribuições políticas na Rússia, Kollontai também foi uma defensora incansável do internacionalismo socialista. Viajou extensivamente pelo mundo, participando de conferências e congressos internacionais, onde defendeu o marxismo e promoveu a defesa dos interesses da classe trabalhadora.
Após a morte de Lênin, Kollontai – assim como qualquer revolucionário – se viu em desacordo com as políticas autoritárias e reacionárias da burocracia stalinista vigente. Em decorrência disto, foi afastada do governo e enviada em várias missões diplomáticas. Contudo, continuou a criticar o regime de Stalin.
Alexandra Kollontai faleceu em 9 de março de 1952, em Moscou, aos 79 anos de idade. Seu legado como uma teórica e militante marxista continua a inspirar ativistas em todo o mundo. Como a própria Kollontai disse a respeito da 1ª comemoração do dia internacional da mulher, organizada pelo secretariado feminino da II Internacional, este primeiro “dia internacional das mulheres excedeu todas as expectativas. (… ) A Alemanha e a Áustria eram um mar ondulante de mulheres. Reuniões eram organizadas em todos os lugares. (…) Nas pequenas cidades, até mesmo nas aldeias, os salões estavam tão cheios que havia pedidos para os trabalhadores homens cederem seus lugares para as mulheres. Os homens ficaram em casa com as crianças para variar, e suas esposas, as escravizadas donas-de-casa, foram às reuniões. Durante as maiores manifestações de rua, nas quais tomavam parte 30 mil pessoas, a polícia decidiu remover as faixas dos manifestantes: as trabalhadoras se opuseram. Na luta que se seguiu, o derramamento de sangue foi evitado apenas com a ajuda dos deputados socialistas no parlamento”.