De acordo com dados divulgados pelo IBGE, em 2022, 69,12% dos índios no Brasil viviam em domicílios com alguma forma de precariedade ou falta de saneamento básico. Esse percentual é muito superior à média nacional, que é de 27,26%. A pesquisa do IBGE avaliou aspectos como abastecimento de água, esgoto e destinação do lixo. Entre os índios que residem em terras oficialmente delimitadas, a situação é ainda mais crítica, com 95,6% das habitações apresentando essas deficiências.
A coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes, explicou que a distância geográfica e a falta de adaptação dos serviços de saneamento às realidades das terras indígenas são fatores que agravam o problema. No Norte do país, 98,9% dos domicílios indígenas estavam em situação precária. A região Centro-Oeste também apresentou índices elevados, com 99% dos domicílios em terras indígenas enfrentando problemas de saneamento.
Entre as soluções mais adequadas para o abastecimento de água, 75,9% dos domicílios dos índios tinham acesso a formas relativamente adequadas, como água de poços ou nascentes, mas esse número cai drasticamente para 35,3% nas terras indígenas. Já na destinação de esgoto, houve uma melhora em relação a 2010, mas 60,17% dos domicílios indígenas ainda utilizam sistemas inadequados, e o problema persiste de forma mais grave nas terras indígenas.
Os números revelam que os índios do Brasil não são tratados como cidadãos, são quase considerados animais pela burguesia que controla o País. É preciso primeiro demarcar todas as terras dos índios do Brasil. Depois o Estado deve garantir toda a infraestrutura que os índios desejarem. Começando com fornecimento de água, esgoto, eletricidade, Internet, saúde, educação e estradas de qualidade.