O PL nº 1.904, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que equipara o aborto a crime de homicídio, está mexendo com a opinião pública e a imprensa em geral. Não são poucas as manifestações na Internet de grupos e pessoas favoráveis e desfavoráveis à empreitada do Partido Liberal de punir a mulher vítima de estupro.
A imprensa burguesa tenta fazer parecer que a população brasileira, em sua maioria, apoia essa iniciativa parlamentar. Fazem crer que o povo brasileiro é conservador e pune pelos “bons costumes, pela família, pela pátria e por Deus”.
No entanto, pesquisa realizada em junho pelo Datafolha e publicada no portal G1 mostrou que 66% dos entrevistados são contra o PL do Aborto. 29% são favoráveis, 2% indiferentes e 4% não souberam opinar. A pesquisa também revelou que dentre as pessoas que se declararam como católicos, 68% são contra o PL. Dentre os evangélicos que responderam o questionário, 57% se posicionaram contrários ao PL.
A pesquisa revela que o apoio da população ao PL é uma falácia. Quando investigada, a situação é bem diferente da que os parlamentares e defensores da ideia querem fazer crer. Tanto mulheres quanto homens estão nos 66% que se posicionaram contrários, desfazendo a ideia de que há uma guerra dos sexos e que essa é a questão central. Na verdade, o ponto central é o descaso e o abandono das gestões públicas com as mulheres que abortam no Brasil.
O direito ao aborto já é duramente atacado em nosso País, sendo permitido apenas nos casos de risco à vida da mulher, gravidez resultante de estupro e feto anencéfalo.
