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São Paulo

51ª Universidade de Férias chega ao fim

Curso ocorreu entre os dias 13 e 20 de julho, na cidade de Araçoiaba da Serra

Nesse sábado (20), chegou ao fim a 51ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR). Realizado na cidade de Araçoiaba da Serra, a cerca de duas horas de distância da capital paulista, o curso teve como tema Lênin e a Revolução Russa e abordou os principais textos escritos pelo dirigente máximo da mais importante revolução da história no calor dos acontecimentos.

A Universidade Férias teve início no dia 13 de julho, com a chegada de caravanas de vários locais do País. “Viemos para o ato nacional em defesa da Palestina, que aconteceu no dia 30 de junho, e ficamos em São Paulo para essa importante atividade de formação política”, destacou Victor Assis, militante do PCO no estado de Pernambuco.

Após um primeiro dia de descanso e lazer, no qual os participantes puderam desfrutar de banhos de piscina e passeios pelo campo, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, desembarcou no Hotel Fazenda Clube de Araçoiaba da Serra para ministrar a primeira e mais aguardada aula do curso sobre a Revolução Russa.

“Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário”, lembrou Pimenta, logo na primeira aula. Em cerca de duas horas, o dirigente trotskista se ateve a explicar a importância do programa político para o processo revolucionário. O debate acabou servindo para esclarecer outras questões, desde a política levada adiante pela esquerda no Brasil de hoje, como a aspectos filosóficos profundos. “Uma teoria é a generalização da experiência prática. Quando você formula um conceito cientifico, significa que os fenômenos que existem na realidade despertaram a pergunta de ‘qual é a causa disso, o que é isso?’. Isso serve para qualquer ciência e vale para o marxismo igualmente”, concluiu Pimenta.

O terceiro dia da Universidade de Férias teve início com o mais deslumbrante café da manhã de toda a semana. Os presentes foram fartamente servidos com linguiça, ovo, bacon, vários tipos de pão, tomates e torradas em um delicioso café da manhã britânico.

Em toda edição da Universidade de Férias, as refeições são um capítulo aparte. Preparadas pela própria militância, que se reveza em grupos diários, as refeições oferecem aos participantes uma ampla experiência gastronômica, proporcionando pratos das mais diversas origens.

No mesmo dia do café da manhã britânico, Rui Pimenta dedicou uma atenção especial ao debate sobre as milícias operárias – palavra de ordem levantada por Lênin logo no início do processo revolucionário. O presidente destacou o papel que cumprem as brigadas palestinas no atual movimento revolucionário em curso no Oriente Médio.

O quarto dia da Universidade de Férias foi marcado pela discussão das famosas Teses de Abril, elaboradas pelo dirigente da revolução russa pouco após o movimento que levou à derrubada do Czar Nicolau II. Rui Pimenta explicou as circunstâncias em que o texto foi escrito, dando ênfase ao acordo de Lênin com os alemães, que permitiu que ele retornasse à Rússia.

No mesmo dia, começaram as rodadas de jogos de tabuleiro à noite, atraindo principalmente a juventude.

No dia 17 de julho, o quinto dia da Universidade de Férias, Rui Pimenta discutiu um dos conceitos mais importantes da obra de Lênin, a dualidade de poderes. Disse o presidente do PCO:

“O problema chave é a evolução da consciência das massas no interior da revolução. A dualidade de poderes expressa essa insuficiência da classe operaria. Por que acontece essa dualidade de poderes quando a classe operária já adotou a via da revolução? Porque a burguesia é mais organizada e esclarecida, tendo uma posição de vantagem com os operários. Apesar dos operários já terem adotado a via da revolução, não sabem como lidar com todos os poderes. […] É preciso explicar as massas o que está acontecendo, diante da [própria] experiência, que é preciso derrubar a burguesia e tomar o poder. Não adianta levantar a palavra de ordem de derrubar o governo, sem que as massas não tenham adotado esta palavra de ordem.”

No mesmo dia, começou o tradicional torneio de futebol da Universidade de Férias, com quatro equipes disputando a conquista do campeonato.

O sexto dia da Universidade de Férias foi marcado por um evento atípico. Não houve aula, pois Rui Costa Pimenta foi intimado a depor na Polícia Federal, como parte de um processo movido pelos sionistas no Brasil. O depoimento acabou sendo adiado para o dia seguinte, mas não a tempo de manter a aula na quinta-feira.

No dia 19 de julho, Rui Costa Pimenta deu continuidade à trajetória da Revolução Russa, explicando o que houve no maior país em extensão territorial do mundo após o golpe malsucedido do general Kornilov. O estudo desse período permitiu que o presidente do PCO debatesse em detalhes o problema da frente popular.

Após a aula, aconteceu a final do torneio de futebol. Após um jogo muito disputado, o time Vermelho acabou derrotando o time Amarelo e se sagrou campeão.

O último dia da Universidade Férias foi marcado pelo debate sobre a arte da insurreição. Retomando ensinamentos de Karl Marx, Friedrich Engels e do próprio Lênin, o presidente do PCO demonstrou como é impossível dissociar a revolução proletária da insurreição.

Para fechar com chave de ouro a sequência de aulas sobre a Revolução Russa, os organizadores da Universidade de Férias prepararam mais uma tradição: a deliciosa feijoada de final do curso.

Em declaração à nossa equipe, Uriel Roitman, membro da coordenação do evento, afirmou que vieram delegações de todas as regiões do País para a Universidade de Férias. Entre os estados representados no curso, estão Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pará. “Dentre os participantes, tivemos a presença de índios, muçulmanos, militantes sem teto e da luta pela terra, e muitos estudantes”.

Roitman também destacou que a atividade teve um reflexo importante no crescimento partidário. “Muitos companheiros já eram próximos do PCO, mas, na medida em que conheceram mais a fundo o programa do Partido Bolchevique e os ensinamentos do Programa de Transição do Leon Trótski, eles passaram a desenvolver um vínculo mais ideológico e decidiram ingressar no Partido”.

Entrevistado por nossa equipe, João Jorge Caproni Pimenta, também membro da coordenação da Universidade de Férias, afirmou que a escolha do tema da 51ª Universidade de Férias teve como motivação os 100 anos da morte de Vladimir Lênin. Ele ainda destacou que o Partido promoveu um curso inteiro sobre a obra Imperialismo, fase superior do capitalismo, de Lênin, realizado em janeiro, e um minicurso sobre a obra A revolução proletária e o renegado Káutski, também do revolucionário russo, no mês de maio.

Para o dirigente do PCO, o público reagiu bem ao curso, mostrando-se “bastante interessado e sintonizado com a situação política atual”. Ele afirmou que foram feitas várias comparações entre a frente popular proposta na Rússia em 1917 e o governo de frente popular formado pelo governo Lula atual. Segundo ele, o público também foi capaz de reconhecer grande parte das críticas de Lênin à esquerda de sua época no comportamento da esquerda pequeno-burguesa brasileira.

Por fim, João Jorge Caproni Pimenta destacou que outra comparação recorrente no curso foi a feita entre a situação revolucionária na Rússia de 1917 e a situação revolucionária na Palestina nos dias de hoje. “Na Palestina, vemos as brigadas em ação, o que tem uma relação direta com a palavra de ordem de milícias operárias, lançada por Lênin. O que acontece hoje na Palestina, à luz da teoria de Lênin e do exemplo prático da Revolução Russa, mostra uma vez mais que o processo revolucionário, isto é, a luta contra o regime capitalista, não pode acontecer sem o enfrentamento armado”.

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