Dia de Hoje na História

5/1/1968: 55 anos da Primavera de Praga

A Primavera de Praga foi um dos acontecimentos que fez parte do que ficou conhecido como "o ano que abalou o mundo"

Em 5 de janeiro de 1968, assumia o posto de primeiro-secretário do Partido Comunista da antiga Tchecoslováquia (atual território da República Tcheca e Eslováquia), o político reformista Alexander Dubcek. A partir dali iria se iniciar um período que ficou conhecido como “A Primavera de Praga”.

A Primavera de Praga em 1968, longe de ser um caso isolado, se insere em um amplo cenário revolucionário que correu o mundo naquele ano, mas que infelizmente não desencadear consequências maiores por haver sido capitaneado por um partido operário revolucionário, em muitos casos ficando a reboque do stalinismo ou da esquerda de tipo anarquista.

Dubcek, um político de estreitas ligações com as potências ocidentais, defendia o que denominava de “socialismo com rosto humano”em referência crítica ao autoritarismo do regime soviético.

Dubcek propunha uma série de reformas liberalizantes, por meio das quais capitaneava os anseios de grande parte da intelectualidade estudantil do país.

Os estudantes, na Tchecoslováquia, em março de 68, realizavam no país grandes manifestações pelo fim da censura e chegaram a conseguir a revogação deste dispositivo.

Com a vitória dos estudantes sob a censura, a sociedade checa passava a ter acesso a informações diversas até então proibidas, seja por meio de livros, discos, filmes e mesmo a livre circulação de ideias e debates.

Na esteira da recém-abertura política, Alexander Dubcek apresentou no dia 5 de abril de 1968 um programa de ação para o Partido Comunista por meio do qual propunha além de ampla liberdade de expressão e de imprensa, também liberdade para empresas e a proposta de pluripartidarismo.

O governo soviético, que até então não havia posto objeções com relação a maior abertura democrática, passou a encarar o governo de Dubcek como uma grave ameaça a todo o bloco soviético no leste europeu, pois a mobilização poderia facilmente ultrapassar as fronteiras.

Foram então realizadas reuniões de negociação para conseguir frear a abertura proposta por Dubcek que, no entanto foram rejeitadas pelo mesmo.

Com a rejeição de Dubcek em colocar um freio nas reformas liberalizantes, as tropas militares do Pacto de Varsóvia entraram em ação. Então, em 20 de agosto de 1968 a cidade de Praga foi invadida por cerca de 500 mil soldados do exército soviético.

A repressão das tropas do Pacto de Varsóvia conseguiu forçar Dubcek a recuar de suas posições e as reformas políticas e a abertura do país para o Ocidente foram imediatamente interrompidas.

Após 8 meses, a “Primavera de Praga”, esse projeto de maior abertura democrática do país checo teria fim. Dubcek continuou no posto de primeiro secretário, agora com uma feição repressiva contra a população que não aceitava o fim das reformas liberais, até 1969, quando foi deposto.

Esse evento em grande parte enterrou o stalinismo, em meio a um momento de gigantesca mobilização em todo o mundo o stalinismo se apresentava não como uma força de libertação, progressista, pelo contrário, era uma força reacionária. O stalinismo na Checoslováquia atuava como o governo De Gaulle na França, ou a Ditadura Militar no Brasil.

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