Um dos fundadores da União Nacional Africana do Zimbábue (ZANU) , grupo guerrilheiro e partido político que foi uma das principais lideranças na luta dos africanos contra o governo colonial da Rodésia, foi um pastor metodista chamado Ndabaningi Sithole (31 de julho de 1920 — 12 de dezembro de 2000).
A Rodésia, atual Zimbábue, foi uma antiga colônia britânica que apesar de declarar sua independência em 1965, na prática continuava a ser um país comandado pelos britânicos que estabeleceram na região o mais brutal regime de apartheid do continente africano.
O ZANU foi fundado em 1963, por Sithole, que foi o seu primeiro presidente, Herbert Shitepo, Edgar Tekere e Robert Mugabe, este último iria assumir o comando do Zimbábue como primeiro ministro, em 1980, logo após a independência.
Em 1964, o ZANU teve sua participação política banida pelo chefe do regime colonial da Rodésia, o fantoche dos ingleses, Ian Smith e quatro dos seus fundadores foram presos, incluindo Sithole, os quais passariam 10 anos na cadeia sob a acusação de conspirar para o assassinato de Smith.
Único membro do ZANU em liberdade, Herbert Chitepo foi orientado a continuar a luta pela independência a partir do estrangeiro.
Chitepo acabaria assassinado em 18 de março de 1975 e a luta seria assumida por Robert Mugabe.
Mais tarde o grupo original do ZANU acabou se dividindo e Sithole fundou o seu novo partido, o ZANU-Ndonga que renunciou à luta armada.
O ZANU, agora liderado por Mugabe, seguiu em uma agenda mais militante e foi composto a partir de então, principalmente pelo povo Shona.
Sithole se juntou ao reverendo Abel Muzorewa, que também rejeitara a luta armada e juntos assinaram o chamado “acordo interno” com o governo de Ian Smith para encerrar a guerra civil que já durava 15 anos.
O acordo interno foi assinado em 3 de março de 1978 e criou um governo interino no qual os africanos foram incluídos em posições de liderança pela primeira vez.
Mais tarde foi assinado também o acordo de Lancaster House que abriu caminho para a eleição de um novo governo.
Sithole não participou das eleições alegando perseguição política e se auto exilou no Reino Unido, retornando ao Zimbábue apenas em janeiro de 1992.