No dia 30 de abril de 1854 era inaugurada a primeira estrada de ferro do Brasil, ainda sob o regime imperial. Denominada Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis, foi também a terceira da América do Sul. Um importante passo no sentido do desenvolvimento do capitalismo no país e que, ao mesmo tempo, expressava as contradições nacionais: enquanto florescia o capitalismo, reinava ainda condições política e econômicas pré-capitalistas, como o regime político e o domínio da mão de obra escrava.
Iniciativa de Irineu Evangelista de Sousa, Barão de Mauá, importante empresario brasileiro, que no alvorecer do capitalismo brasileiro foi pioneiro em diversas áreas, contribuindo para a modernização nacional. Mauá, além de construir a primeira ferrovia, cuja inauguração contou com a presença do imperador, investiu também na instalação da iluminação pública a gás na cidade do Rio de Janeiro, na criação do terceiro Banco do Brasil e na instalação do cabo submarino telegráfico entre a América do Sul e a Europa.
O empresário cumpriu um papel importante, que se assemelha aos que os industriais haviam realizado na Europa um século antes com a revolução industrial, embora numa escala menor, naturalmente. O pequeno trecho seguia da Estação Guia de Pacobaíba (antiga Estação Mauá), no atual município de Magé, até Fragoso, e posteriormente à localidade de Inhomirim, também conhecida como Raiz da Serra. Somente em 1883 é vencida a subida da serra e a ferrovia chega a Petrópolis. A estação teve um papel histórico, no entanto, ao longo do tempo sofreu inúmeras dificuldades.
Em 1945 foi renomeada para Guia de Pacobaíba, já em 1954, cem anos após a inauguração foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 1962 foi definitivamente abandonada.
O transporte ferroviário cumpre papel fundamental no desenvolvimento capitalista, tanto no escoamento da mercadoria, quanto na locomoção da mão de obra e Mauá via essa importância, contudo, o surgimento do imperialismo estabeleceu um veto ao desenvolvimento da malha ferroviária nacional e sobretudo de investimento estatal, abrindo o mercado nacional as estradas, o que sem dúvida é um fator de atraso da econômica brasileira.