O golpe contra Getúlio Vargas em 29 de outubro 1945 marcou o fim do Estado Novo, uma ditadura instaurada por Vargas em 1937. No entanto, a história não é tão simples quanto parece. No fim do Estado Novo, Vargas já realiza uma transição para a democracia formal. Além disso, aqueles que derrubaram o presidente eram aliados do governo norte-americano e o derrubaram não por ser um ditador mas sim por ser nacionalista.
Durante 1945, a campanha contra o governo Vargas aumentava. Líderes da oposição, como o jornalista Carlos Lacerda, e militares importantes começaram a pressionar pelo fim do Estado Novo e pela convocação de eleições diretas. Vargas, se manter no poder realizando a transição política, deu alguns passos na direção da abertura democrática, como a criação do Tribunal Superior Eleitoral e a legalização de partidos políticos.
Os norte-americanos não estavam dispostos a manter Getúlio no poder. Ele havia construído a CSN e criado a Vale do Rio Doce. A conjuntura do mundo era revolucionária, era muito perigoso deixar o Brasil seguir o caminho do nacionalismo.
Em 29 de outubro de 1945, quando o general Góes Monteiro, apoiado pelo ministro da Guerra Eurico Gaspar Dutra e outros militares de alta patente, derrubaram Vargas. Ele, sem apoio militar para resistir e sem mobilizar a população, aceitou deixar o cargo pacificamente. As eleições foram chamadas e o golpista maior, Dutra, apoiado pelos EUA, foi eleito. Vargas não pode se candidatar.
Mas um detalhe que mostra o perigo o seu governo apresentava para o imperialismo foi a votação do PCB. O candidato do partido de Prestes, Yedo Fiuza, até então um desconhecido, conseguiu 10% dos votos. Fosse o próprio Luis Carlos Prestes teria tido uma votação ainda maior. É a maior votação de um partido autodeclarado marxista da história do Brasil.
Vargas seria reeleito em 1950 e faria o seu governo mais nacionalista de todos.