Em 28 de maio de 1871, chegava ao fim a “semana sangrenta”, quando as tropas prussianas e francesas de Thiers (mais de 100 mil homens) furam a resistência e invadem Paris, massacrando milhares de communards e colocando fim à gloriosa Comuna de Paris.
A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história. Saído da crise do império francês após a derrota na guerra franco-prussiana e a proclamação da terceira república pela camarilha de A. Thiers, traidores e bandidos a serviço da burguesia, em 1870, a Comuna foi a reação natural à política desta camarilha em fazer do povo os pagadores pela crise, jogando-os na miséria ainda maior. O povo de Paris não aceitava a derrota e as condições humilhantes impostas pela camarilha de Thiers.
Em 18 de março de 1871, explode a revolução do povo de Paris, as forças legalistas, traidoras, são expulsas da cidade. Constitui-se um governo eleito democraticamente e, em 28 de março, é proclamada a Comuna de Paris.
A Comuna foi grandiosa e estabeleceu, elementos como:
- A separação entre o Estado e a Igreja;
- Adoção da Bandeira Vermelha como símbolo nacional;
- Substituição da Polícia pela Guarda Nacional;
- Fim do serviço militar obrigatório e do exército regular;
- Abolição da pena de morte;
- Instituição da igualdade civil entre os sexos;
- Secularização e gratuidade da educação para toda população;
- Criação da “previdência social”;
- Redução da jornada de trabalho e fim do trabalho noturno;
- Fixação de salários mínimos para os trabalhadores;
- Desapropriação de residências e fábricas sem uso;
- Controle de preços de gêneros alimentícios.
A violência com que a burguesia reagiu à Comuna foi inédita. Ataques diretamente aos civis, particularmente mulheres e crianças, ataques a ambulância, execuções sumárias, tortura e todo tipo de estratagema contra o povo em armas. A união da burguesia francesa, traidora de seu próprio país, com a Prússia demonstra a aliança internacional da burguesia contra a classe operária.
Milhares de pessoas foram assassinadas no dia 28 de maio e as execuções selvagens e indiscriminadas se seguiram. Estima-se que o total de mortos foi 20 mil communards ao longo de todo o conflito, estimativas outras falam em números superiores.
Embora a Comuna tenha sido afogada em sangue pela burguesia, desesperada com o que viu, isto é, o futuro da humanidade, a Comuna permanece sempre, como afirmou Marx:
“A Paris operária, com a sua Comuna, será para sempre celebrada como a gloriosa percursora de uma sociedade nova. A recordação dos seus mártires conserva-se piedosamente no grande coração da classe operária. Quanto aos seus exterminadores, a História já os pregou a um pelourinho eterno, e todas as orações dos seus padres não conseguirão resgatá-los.”