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Genocídio em Gaza

Nusseirat: sobe para 274 número de assassinados por ‘Israel’

Este é um dos massacres mais sanguinolentos perpetrados pelo exército sionista desde 7 de outubro de 2023

Neste sábado (8), o exército sionista realizou mais um massacre na Faixa de Gaza. O campo de refugiados de Nusseirat, centro de Gaza, foi atacado por terra, água e ar pelas forças israelenses, deixando 274 palestinos mortos e 798 feridos, segundo o Ministério de Saúde de Gaza.

O ataque conduzido contra o campo de refugiados foi feito pelas forças de ocupação israelenses e por forças especiais norte-americanas que se infiltraram em Nusseirat através de comboios de ajuda internacional, ao mesmo tempo em que conduziam bombardeios via ar e água. O ataque tinha como objetivo a libertação de quatro prisioneiros feitos pelo Hamas no 7 de outubro.

O Ministério da Saúde em Gaza relatou que dentre os 274 mortos ao menos 64 são crianças, 57 são mulheres e 37 são idosos. A pasta também relatou que o número de mortes de palestinos é o pior em um período de 24 horas desde o início da guerra em Gaza.

Médicos residentes no Hospital Al-Aqsa dizem estar sobrecarregados pelo enorme número de vítimas que chegam às centenas no hospital, relatos de médicos dados à Al Jazeera definem a situação no hospital como um “completo banho de sangue” e um “matadouro”. Até mesmo jornalistas que ocupavam tendas nas proximidades do hospital tiveram de evacuar após receberem ameaças de que a área seria “aniquilada”.

O médico do Médico Sem Fronteiras, Karin Huster, residente do Hospital Al-Aqsa, disse à Al Jazeera:

Tivemos toda a gama de ferimentos de guerra, ferimentos traumáticos, de amputações a eviscerações, traumas, TCEs [lesões cerebrais traumáticas], fraturas e, obviamente, grandes queimaduras (…). Crianças completamente grisalhas ou brancas devido ao choque, queimadas, gritando por seus pais. Muitas delas não estão gritando porque estão em choque”.

Os médicos descrevem as cenas nos hospitais como um fluxo incessante de pacientes gravemente feridos e encharcados de sangue e com seus órgãos para fora do corpo, incluindo crianças. O Dr. Marwan Abu Nasser, diretor do Hospital Al-Awda, apontou para a incapacidade de alocar os pacientes, visto o gigantesco número de feridos fatais.

Em declaração à BBC, a testemunha ocular, Abdel Salam Darwish, disse estar no mercado quando o massacre começou e descreveu a sanguinolência e destruição das forças de ocupação: “Depois disso [massacre], os corpos das pessoas estavam em pedaços, espalhados pelas ruas, e o sangue manchava as paredes”.

Outro homem revelou ao jornal inglês que já havia perdido mais de 40 familiares desde o início da agressão israelense, porém, com o massacre de Nusseirat, este número cresceu de maneira estrondosa. Este homem relatou que sua casa, a qual abrigava mais de 50 pessoas, havia sido bombardeada no massacre e apenas ele, seu pai, sua esposa e outra pessoa sobreviveram:

Assim que as crianças e mulheres entraram na casa, o ataque a bomba ocorreu, tirando a vida de todos os que estavam dentro dela”, disse ele à BBC.

O ataque foi condenado pelo chefe das relações exteriores da União Europeia, Josep Borrell, o qual o caracterizou como um massacre e disse que “o banho de sangue deve acabar imediatamente”. O ministro das relações exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, também condenou o ataque: “Condenamos com veemência o massacre realizado pelo exército israelense no campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza”. Disse também que isto é mais uma “evidência do genocídio que Israel comete impunemente contra o povo da Palestina”.

A jornalista Maram Humaid escreveu uma matéria para a emissora Al Jazeera na qual descreveu a sua experiência durante o ataque à Nusseirat. No artigo, Humaid descreve o horror que sentiu durante o ataque e o desespero quando o hospital foi atacado:

O hospital, repleto de famílias desabrigadas e tendas improvisadas para a mídia, era a única instalação médica no centro de Gaza, lidando com um número impressionante de vítimas.

Que destino aguardava essas pessoas?

Em instantes, centenas de pessoas deslocadas começaram a fugir em pânico do hospital, com os rostos marcados pelo medo, vagando sem rumo pelas ruas de Deir el-Balah.

Em meio ao caos, gritos e berros enchiam o ar, uma pergunta coletiva: ‘Para onde vamos a partir daqui?’

Humaid ainda questiona o peso dado às vidas palestinas, o quanto vale quatro prisioneiros perante mais de 270 mortos e quase 800 feridos?

O aspecto mais angustiante de um massacre pode ser sua representação na mídia. Imagens de prisioneiros israelenses libertados circularam, declarações elogiaram o sucesso de Israel em libertar quatro pessoas – mas e as 274 pessoas mortas?

Será que somos meros números? Nosso sangue é tão facilmente desconsiderado? Nosso sofrimento é ignorado? As vidas dos prisioneiros israelenses são consideradas mais valiosas do que as nossas? Por que o mundo não nos vê? Por que o mundo não sente?

Fomos vitimados inúmeras vezes pela guerra e duas vezes mais pela negligência, opressão e indiferença

Maram Humaid termina seu relato afirmando ao mundo “Gaza não vai esquecer nem perdoar”.

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