A Batalha de Berezina foi um dos momentos mais dramáticos da Campanha Napoleônica de 1812, ocorrendo entre 26 e 29 de novembro daquele ano, durante a retirada do exército francês da Rússia. Este evento marcou a travessia desesperada do rio Berezina, na atual Bielorrússia, sob condições extremas e diante da pressão do exército russo, que buscava aniquilar as forças de Napoleão Bonaparte, que já estavam em retirada da Rússia após a derrota em Moscou.
Após o fracasso da invasão à Rússia e a retirada de Moscou devido à escassez de suprimentos e ao rigor do inverno russo, Napoleão viu seu exército, originalmente composto por cerca de 600 mil soldados, reduzido drasticamente por batalhas, fome, doenças e deserções. O Berezina representava um obstáculo natural no caminho de retorno à França, com forças russas perseguindo o exército francês e ameaçando cercá-lo.
Napoleão precisava atravessar o rio para evitar a destruição completa de suas forças. O rio estava parcialmente congelado, mas o gelo não era suficientemente forte para permitir a travessia a pé, exigindo pontes. A situação era crítica, pois o exército russo, liderado pelos generais Kutuzov, Wittgenstein e Chichagov, havia cercado os franceses em uma manobra de pinça, bloqueando o caminho de fuga.
Napoleão enviou destacamentos falsos para enganar os russos sobre a localização da travessia, enquanto seus engenheiros, sob a liderança de Jean-Baptiste Eblé, construíam pontes improvisadas perto da vila de Studenka. Eblé e seus homens trabalharam sob temperaturas congelantes e em condições terríveis, usando os poucos materiais disponíveis.
A travessia começou em 26 de novembro de 1812. As tropas francesas e os civis que acompanhavam o exército apressaram-se para cruzar as pontes, mas o caos reinou. O Grande Armée, enfraquecido e faminto, enfrentava ataques incessantes dos russos.
As forças russas atacaram incessantemente, tentando impedir a travessia. Houve combates ferozes nas margens do rio, com pesadas baixas de ambos os lados. Muitos soldados e civis morreram afogados ou congelados enquanto tentavam atravessar o rio ou caíam nas águas geladas após o colapso de partes das pontes devido à sobrecarga. Os engenheiros franceses, sob as ordens de Eblé, mantiveram as pontes funcionais até o último momento, sacrificando-se para garantir que o máximo de tropas pudesse escapar.