No próximo sábado, dia 23 de março, atos convocados pela Frente Brasil Popular, na qual estão incluídos o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido da Causa Operária (PCO), o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), acontecerão em vários estados do País.
É extremamente negativo que, em São Paulo, a manifestação não ocorrerá na Avenida Paulista, como é tradicional do movimento popular e como é necessário para responder à mobilização da extrema direita. Ao invés disso, será no Largo São Francisco, onde mal cabe alguns milhares de pessoas. Além disso, é negativo que o presidente Lula participe do ato em Salvador, e não na capital paulista, principal centro operário do País.
As manifestações são uma tentativa, ainda que tímida, de reagir à mobilização da extrema direita, que colocou dezenas de milhares de pessoas nas ruas no dia 25 de fevereiro. Entre as principais palavras de ordem estão a “defesa da democracia” – uma forma confusa de reagir à ofensiva bolsonarista sobre o regime – e a luta contra “o genocídio na Palestina”.
Sendo assim, apesar da confusão das direções sobre como enfrentar a extrema direita, há um acordo evidente de que não há como enfrentar o bolsonarismo sem enfrentar o sionismo. A defesa de “Israel” foi, inclusive, uma das principais bandeiras levadas para a manifestação de 25 de fevereiro pelo próprio Jair Bolsonaro (PL) e por sua esposa, Michele Bolsonaro (PL).
Neste sentido, o dia 23 deve ser visto como uma continuidade das manifestações de apoio e de solidariedade do povo brasileiro à resistência palestina, que está enfrentando, de armas na mão, o exército sionista de “Israel”.
Apesar das mais de 15 mil crianças covardemente assassinadas pelas forças sionistas, as forças de resistência palestina vêm demonstrando sua capacidade extraordinária de lutar de igual para igual com as tropas sionistas. Recentemente, documentos vazados do próprio governo israelense revelaram a preocupação da entidade sionista com a participação do Hesbolá, partido libanês, no conflito. Ao mesmo tempo, crescem as denúncias de que a economia de “Israel” estaria prestes a entrar em uma crise sem precedentes.
O dia 23 de março deve ser, portanto, um dia para demonstrar todo o apoio do povo brasileiro às forças de resistência palestinas. É importante destacar, ainda, que a manifestação acontecerá durante o Ramadã, período considerado sagrado pelo Islã, de tal forma que vem sendo utilizado pelas forças de resistência para um grande chamado à mobilização: o Dilúvio do Ramadã.