A Primavera Árabe teve como seu maior sucesso a vitória do Ansar Alá no Iêmen. Foram 3 anos de grande conturbação política até a vitória da revolução em setembro de 2014. O primeiro passo foi a queda do presidente Abdula Salé, que governada o país com apoio do imperialismo desde sua unificação da década de 1990.
Após nove meses de gigantescos protestos e uma tentativa de assassinato, Abdula Salé fugiu para Arábia Saudita no dia 23 de novembro. Da capital saudita, ele afirmou: “esse desacordo dos últimos 10 meses teve um grande impacto no Iêmen nos campos da cultura, desenvolvimento, política, ameaçando a unidade nacional e destruindo o que foi construído nos últimos anos“. E assim renunciou o governo para seu vice-presidente. Mas não sem fazer um acordo com o imperialismo.
O acordo, elaborado pelas monarquias do Golfo e apoiado pelos EUA, permitia que Salé mativesse o título honorário de presidente enquanto seu vice, Abd al-Rabb Mansour al-Hadi, assumia o governo de unidade nacional até as eleições presidenciais antecipadas em fevereiro. Salé e sua família receberam imunidade contra processos.
Ele havia recusado em três ocasiões anteriores, mas o enviado da ONU Jamal Benomar, que passou uma semana mediando entre o presidente e seus diversos opositores em Sana, conseguiu que as partes chegassem a um acordo.
“O acordo pode se tornar um marco importante para restaurar a paz e a estabilidade, manter a unidade nacional e a integridade territorial e lançar as bases para a recuperação econômica“, disse Benomar a jornalistas em um hotel em Sana, pouco antes de embarcar para Riade com funcionários da oposição e embaixadores estrangeiros para a cerimônia oficial de assinatura.
A reação à assinatura em Sana foi caótica e confusa: apoiadores de Salé cercaram o palácio presidencial e dispararam rajadas de metralhadora em protesto, enquanto seus opositores subiram nos telhados, soltando fogos de artifício. Multidões se reuniram na Praça da Mudança, o acampamento improvisado no coração da capital, onde milhares de jovens estão desde fevereiro, gritando: “Adeus, Ali, o tirano fugiu!”
A queda do governo não foi a vitória da revolução, apesar de ter sido uma vitória da mobilização do povo iemenita. Foram necessários mais 3 anos de guerra contra os aliados do imperialismo do Iêmen até que o Ansar Alá tomasse o poder.