Durante o século XIX, a Espanha perdeu grande parte de seu império colonial na América Latina. Assim decidiu fortalecer sua presença na África. No Marrocos os espanhóis já controlavam os enclaves como Ceuta e Melilla. Eles então ampliaram sua presença militar e sua intervenção no reino por meio de uma guerra que começou no dia 22 de outubro de 1859.
A principal justificativa oficial para a guerra foi o ataque de tribos marroquinas a Ceuta em 1859. O governo espanhol exigiu reparações do sultão marroquino, que, após negociações sem sucesso, acabou por recusar as exigências espanholas, levando à declaração de guerra por parte da Espanha.
As forças espanholas, sob o comando do general Leopoldo O’Donnell, marcharam de Ceuta em direção ao território marroquino, enfrentando principalmente tropas irregulares marroquinas e tribos locais. A superioridade tecnológica e organizacional das tropas espanholas rapidamente se impôs e os espanhóis obtiveram várias vitórias importantes, como nas batalhas de Tetuão e de Uad-Ras.
O Tratado de Wad-Ras, assinado em 26 de abril de 1860, encerrou oficialmente a guerra. O Marrocos foi forçado a ceder o território de Ifni, no sudoeste do país (que só seria efetivamente ocupado pela Espanha em 1934), além de pagar uma grande indenização de guerra e reconhecer os direitos da Espanha em Ceuta e Melilla. O tratado também permitiu à Espanha expandir suas áreas de influência no norte da África, estabelecendo a base para futuras expansões coloniais na região.
Para o Marrocos, a guerra e o tratado representaram uma humilhação nacional e marcaram o início de uma maior interferência europeia no país. Mais tarde isso culminaria na divisão do Marrocos em zonas de influência francesa e espanhola no início do século XX.