Há 185 anos, nascia, no Rio de Janeiro, o maior escritor brasileiro de todos os tempos, Joaquim Maria Machado de Assis ou simplesmente, Machado de Assis.
Dono de uma riquíssima obra que inclui produções literárias dos mais variados gêneros como contos, poesia, romance, crônica, dramaturgia, folhetim, jornalismo e crítica literária, a trajetória de sucesso de Machado de Assis, um tanto quanto improvável sendo ele uma pessoa que nasceu em uma família pobre, moradora da cidade de Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, e que foi uma criança que mal conseguiu estudar regularmente durante a escola e nem frequentou universidades; é um feito extraordinário.
Um exímio autodidata, mesmo sem ter acesso a cursos regulares, Machado aprendeu diversas línguas como francês, inglês e alemão. Ele era filho de um pintor de paredes mulato chamado Francisco José de Assis e de uma portuguesa chamada Maria Leopoldina Machado da Câmara. Os pais de Machado eram agregados da esposa de um falecido senador chamado Bento Barroso Pereira e sabiam ler e escrever, algo que não era comum na época para pessoas pobres.
Machado perdeu a mãe aos 10 anos de idade e, pouco depois, o seu pai, tendo sido criado pela madrasta, uma lavadeira mulata chamada Maria Inês da Silva, por meio da qual Machado conseguiu frequentar a escola, pois ela confeccionava doces para uma escola de meninas e conseguiu abrir acesso aos estudos no local para o menino.
Além de estudar durante o dia na escola na qual a madrasta trabalhava, Machado estudava línguas de noite com os trabalhadores estrangeiros que ali viviam, dentre eles, um padeiro francês com o qual aprendeu a língua francesa.
Em 1854, Machado publicou o seu primeiro soneto no chamado Periódico dos Pobres e, a partir daí, passou a frequentar rodas de intelectuais, destacadamente na livraria do jornalista e tipógrafo Francisco de Paula Brito.
De 1856 a 1858, trabalhou na Imprensa Oficial, onde virou protegido do médico, professor e escritor Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de Milícias.
Em 1897, Machado de Assis fundou a Academia Brasileira de Letras, da qual foi presidente durante 10 anos. Machado morreu em 1908, aos 69 anos de idade, e foi enterrado ao lado da esposa, Carolina Augusta Xavier de Novais, no Rio de Janeiro.
Sua produção literária é composta por 10 romances, 10 peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos e mais de 600 crônicas.