Graciliano Ramos nasceu em uma família de classe média, em 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, em Alagoas. Trabalhou como jornalista em O Malho e Correio da Manhã na cidade do Rio de Janeiro. Em 1915, voltou ao Nordeste e em 1927 tornou-se prefeito por dois anos na cidade de Palmeira dos Índios. Ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e realizou visitas à União Soviética em 1952. Morreu aos 60 anos e deixou um legado na literatura com suas obras e arte.
Após fixar-se na cidade de Palmeiras dos Índios e iniciar sua candidatura à prefeitura, em 1930 deixou o cargo e mudou-se para Maceió, quando assumiu a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado.
Em 1933 estreou na literatura com o romance Caetés. Em 1934, publicou o romance São Bernardo e depois de dois anos, foi a vez de lançar Angústia.
No ano de 1936, ainda no cargo de diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, foi preso sob acusação de que era comunista, tendo ficado nove meses na prisão e solto por não encontrarem nenhuma prova.
Em 1945, após ser nomeado em inspetor Federal de Ensino, ingressou no PCB, cujo comando era de Luís Carlos Prestes. Durante seus anos de partido, viajou com sua segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, para diversos países do Leste Europeu, inclusive para a União Soviética.
“Qualquer romance é social. Mesmo a literatura ‘torre de marfim’ é trabalho social, porque só o fato de procurar afastar os outros problemas é luta social”.
Vidas Secas
Uma das maiores obras de Graciliano Ramos, que retratou o drama de uma família nordestina miserável. O livro podendo ser lido de uma forma sem ordem definida, exceto o primeiro capítulo e o último que devem ser lidos consecutivamente. “Vidas Secas” narra os obstáculos e aflições da família sertaneja durante seu caminho pela caatinga, enquanto o último capítulo mostra os retirantes da fazenda para uma nova busca por condições mais favoráveis de vida. Tendo como interpretação, um ciclo de mudanças frenéticas devido às condições sempre piorarem.
O Melhor dos Mundos
Uma das crônicas mais importantes do romancista alagoano ganhou as páginas do jornal A Manhã em 1945. Graciliano e o Barão de Itararé – que também foi o jornalista de A Manhã – ironizava as elites e criticava a exploração dos trabalhadores. Os dois ficaram encarcerados no Pavilhão dos Primários e depois na Sala de Capela da Casa de Correção. Após esse período, Graciliano inicia o “Melhor dos Mundos”, onde exercita o humor ferino em relação à religião.
Coisas da China
No final de 1940, Graciliano publicou seu texto em comemoração com a vitória da revolução chinesa no jornal Voz Operária em 16 de junho de 1946. O jornal trazia notícias relativas às condições de vida dos trabalhadores, movimentos comunistas e mobilizações operárias pelo país. O jornal Voz Operária com Graciliano, acompanhava e avaliava o avanço do Exército Vermelho em sua luta contra Kuomintang.
Em 1953, morreu aos 60 anos, na cidade do Rio de Janeiro, após adoecer gravemente de câncer do pulmão. O romancista deixou um legado na literatura e jornais onde publicara crônicas da luta operária.