Criada em 18 de setembro de 1947, a Agência Central de Inteligência (CIA) é uma evolução do denominado “Escritório de Serviços Estratégicos”(OSS) que foi a primeira agência de inteligência centralizada dos Estados Unidos.
Foi extinto no final da Segunda Guerra Mundial pelo presidente norte-americano Harry S Truman. Com a extinção do OSS, suas filiais se fundiram em um novo escritório, a Strategic Services Unit (SSU) que assumiu temporariamente o serviço de Inteligência norte americano.
Em 1946 foi criado o “Grupo Central de Inteligência”(CIG) que, indo além do que era proposto pelas organizações anteriores, recebeu autoridade para conduzir pesquisas e análises independentes, ou seja, poderia ir além da simples coordenação de inteligência para produzir inteligência.
A CIG então tornou-se a principal agência do país para, segundo o próprio site da CIA, “alerta estratégico e gerenciamento de atividades clandestinas no exterior”, no entanto, devido a restrições estabelecidas pelo Departamento de Estado e serviços armados acabou dissolvida.
Então em 1947 o “National Security Act” estabelece Agência Central de Inteligência a CIA como “uma agência de inteligência civil independente dentro do poder executivo”.
A CIA tornou-se responsável por “coordenar as atividades de inteligência da Nação e, entre outras tarefas, coletar, avaliar e disseminar inteligência que afetasse a segurança nacional”.
Além disso, dois anos depois de sua criação, o presidente Truman assinou o chamado Central Intelligence Agency Act que permitiu que a CIA “financiasse secretamente operações de inteligência e desenvolvesse procedimentos de pessoal fora das práticas padrão do governo dos EUA.”
Uma Agência montada para fomentar golpes de Estado
Apenas poucos anos após a sua criação, a CIA, presidida pelo antigo representante legal de grandes corporações como J.P Morgan, United Fruit Company, Cuban Sugar Cane Corporation, dentre outras, Allen Dulles, iniciou a sua longa trajetória de golpes de Estado.
Allen Dulles era irmão do então secretário de Estado do presidente Dwight Eisenhower, John Foster Dulles e ambos haviam trabalhado para as grandes corporações imperialistas na firma de direito norte-americana Sullivan & Cromwell.
Pressionado pelos interesses das grandes corporações, o Departamento de Estado norte americano adotou como alvos a serem combatidos os governos nacionalistas de países em desenvolvimento como o Irã, a Guatemala e o Chile.
Em 1953, um golpe de estado arquitetado pela CIA derrubou o governo desenvolvimentista comandado por Mohammad Mossadegh no Irã e colocou em seu lugar um fantoche dos norte-americanos que instalaria no país persa uma verdadeira ditadura entreguista contra a população iraniana, o Xá Reza Pahlavi.
Na Guatemala, sob o comando direto da United Fruit Company, a CIA arquitetou outro golpe de estado, dessa vez para derrubar o presidente Jacobo Arbenz Guzmán, que havia expropriado parte das terras improdutivas como parte de um projeto que pretendia transformar a Guatemala de um estado praticamente feudal em um país capitalista moderno.
Em 1964, no Brasil, uma junta militar brasileira apoiada pelos Estados Unidos, tomou o poder, derrubando o governo nacionalista de João Goulart.
Depois, voltando se ainda para o denominado “Cone Sul”, conjunto de países da América do Sul cujas economias nacionalistas se desenvolviam rapidamente, foi elaborado o denominado “Projeto Chile”, que derrubaria o governo nacionalista de Salvador Allende e daria inicio a uma era de ditaduras sangrentas e entreguistas capitaneadas por governos fantoches dos norte americanos em quase todo o continente.