Estados Unidos

17 trilhões de dólares em dívidas: famílias à beira do abismo

A economia norte-americana está em um espiral de crise. Metade dos não ganha o suficiente para pagar as contas

Dívidas

Um artigo publicando no The Economic Collapse, assinado por Michael Snyder, pinta o retrato caótico da economia norte-americana, que está à beira de um colapso. O texto afirma que, “graças à crise do custo de vida, a dívida das famílias dos EUA atingiu o nível mais alto já registrado”. Para o autor, não apenas as coisas vão mal, como não encontram perspectiva de melhora.

O grande problema apontado é que a economia nos Estados Unidos é movida pelo endividamento. Em outras palavras, um norte-americano médio não consegue manter sua qualidade de vida com aquilo que efetivamente produz – para tal, é preciso recorrer ao crédito. A dívida total das famílias norte-americanas atingiu um montante de 17,8 trilhões de dólares, e esse valor vem acumulando sem que se veja um fim à vista.

Um relatório publicado pelo FED (Federal Reserve Bank) – o banco central norte0americano – alerta que, entre o primeiro trimestre de 2021 e o segundo trimestre de 2024, a dívida no cartão de crédito subiu 48,1%; enquanto isso, a dívida das famílias, somando hipotecas e empréstimo para automóveis, aumentou 21,6%.

A dívida no cartão de crédito, em 2021, na ordem de US$770 bilhões, subiu para US$1,14 trilhão até este último trimestre. A dívida das famílias aumentou de US$14,64 trilhões para US$17,8 trilhões no mesmo período. O que corresponde a 65% do PIB americano, estimado em US$27,35 trilhões. Nos últimos três anos, a dívida no cartão de crédito subiu mais de 48%.

O aumento do endividamento é um indicador de que milhões de famílias estão à beira de um desastre financeiro.

Inadimplência

Uma consequência inevitável do aumento da dívida é a inadimplência. No último ano, 9,1% dos saldos da dívida do cartão e 8% dos saldos de empréstimos para automóveis não foram quitados, atingindo os níveis mais altos comparados ao período entre os anos 2010 e 2011.

Uma eleitora norte-americana, Cheryl Persson, em entrevista à Fox News, afirmou que a renda de sua família não havia mudado, mas que o conforto diminuiu significativamente: “O dinheiro foi muito mais quatro anos atrás. Fomos capazes de cobrir nossas despesas e ainda ter dinheiro economizado. A economia despencou com a atual administração e, além disso, onde moro na Califórnia, o custo de vida é muito maior”.

44% dos entrevistados pela Fox afirmaram que não estão conseguindo cobrir suas despesas diárias. O que, podemos inferir, significa que quase metade da população americana não ganha o suficiente para cobrir suas despesas diárias.

Segundo a CNN, a crise no custo de vida é um problema para pelo menos dois terços dos americanos.

Há ainda outro fator apontado pela CNN, que encomendou uma pesquisa com cerca de 2 mil pessoas aleatórias sobre suas finanças pessoais. Ficou constatado que quase 40% dos norte-americanos estão lutando para pagar suas contas, um aumento de 28% nos últimos três anos.

O norte-americano médio gasta aproximadamente mil dólares a mais por mês, em comparação a 2021, para pagar suas despesas de subsistência. O endividamento das famílias está explodindo.

Demissões

Para piorar o quadro, há anúncio de demissões em gigantes como a General Motors (GM), que anunciou o corte de 1.000 funcionários assalariados nas divisões de software e serviços. Incluindo cerca de 600 empregos na unidade de tecnologia da GM perto de Detroit.

No ramo das finanças, a Mastercard está demitindo 3% de sua força de trabalho.

A Cisco, uma gigante na área de tecnologia, determinou que irá cortar 7% de seu quadro de funcionários. A Intel, outra gigante do ramo, iniciou o processo de demissão de 15 mil trabalhadores.

Segundo a matéria, isso é apenas o começo, pois novas demissões estão chegando.

A polarização política

Os índices econômicos têm apresentado retrocesso durante 29 meses consecutivos, segundo o Conference Board, alcançando índices piores que aqueles do bloqueio provocado pela COVID-19, e explicam o nível de polarização na política norte-americana. Enquanto um dos candidatos, Donald Trump, promete fazer uma “América grande” novamente, a política dos democratas, hoje na figura de Kamala Harris, vem aprofundando a política imperialista.

De um lado temos o grande capital financeiro tentando manter sua dominação mundial; do outro, o grande capital doméstico investindo contra China, Rússia e Irã.

A dívida pública norte-americana atingiu a marca recorde de US$34 trilhões, superando o PIB em US$7 trilhões.

A insatisfação do eleitor norte-americano tem sido canalizado por Donald Trump. O candidato, apesar de uma montanha de processos e uma campanha ferrenha e negativa na grande imprensa, tem se mantido firme nas pesquisas. O que não quer dizer que vencerá as eleições nos Estados Unidos, pois naquele país tudo pode acontecer em termos eleitorais, com a “vantagem” de que ninguém cobrará as atas. As eleições são contestadas apenas em países sob a mira do imperialismo.

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