HISTÓRIA DA PALESTINA

16/9/1982: começa o horripilante Massacre de Sabra e Chatila

Antes do massacre, os palestinos nos campos foram desarmados e abandonados pela OLP. Apoiados por "Israel", os falangistas sabiam que estavam atacando pessoas desarmadas

Na manhã do dia 16 de setembro, a invasão sionista de “Israel” e seus aliados da extrema direita libanesa, as Falanges libanesas (criadas por inspiração no nazismo e batizadas em homenagem às Falanges do fascismo espanhol), iniciavam o primeiro dia de operações que culminaria no Massacre de Sabra e Chatila marcou um episódio brutal na história do Oriente Médio, revelando a continuidade da opressão contra o povo palestino. Este ataque contra os campos de refugiados localizados na Zona Oeste de Beirute, capital do Líbano, é um capítulo particularmente tenebroso dos crimes cometidos pelo sionismo e que se conecta diretamente com a história da Palestina, e a violação sistemática dos direitos do povo árabe.

Antes do massacre, os palestinos nos campos foram desarmados. Após a invasão israelense do Líbano em 1982, as Forças Armadas de Israel forçaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) a se retirar de Beirute, desarmando e evacuando seus membros.

No processo de retirada, os palestinos que permaneciam nos campos de refugiados foram desarmados e ficaram indefesos diante das milícias falangistas libanesas que, em colaboração com as forças israelenses, realizaram o massacre. O desarmamento prévio dos palestinos foi uma parte crítica da estratégia israelense para garantir que não houvesse resistência eficaz durante o ataque aos campos.

Sob o comando do general (e futuro primeiro-ministro) Ariel Sharon, as forças israelenses cercaram os campos de refugiados de Sabra e Chatila. O exército israelense tinha, então, uma presença dominante em Beirute, após a invasão do Líbano, que visava erradicar a presença da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e enfraquecer o apoio ao movimento palestino. As tropas israelenses cercaram os campos e bloquearam as saídas, criando um ambiente controlado onde o massacre se desenrolaria.

O plano para a operação foi detalhado por líderes falangistas libaneses, a extrema direita do país aliada dos israelenses durante a invasão. Então líder falangista, Elie Hobeika declarou que “os campos foram isolados. O objetivo era claro: limpar os campos de refugiados, eliminar a presença palestina e enviar uma mensagem clara para a OLP e seus apoiadores.”

Sob a supervisão das forças israelenses, milícias falangistas libanesas, conhecidas por seu fanatismo e crueldade, entraram nos campos armadas e começaram a executar o ataque. De acordo com testemunhas e jornalistas que cobriram o evento, os milicianos falangistas, com o apoio das forças israelenses, realizaram uma série de ataques coordenados.

Relatos de sobreviventes indicam que os militantes falangistas entraram nos campos e começaram a atacar civis indiscriminadamente, cometendo assassinatos em massa, estupros e torturas. Naquele primeiro dia, as atrocidades foram amplamente realizadas sem qualquer tentativa de contenção por parte das forças israelenses, que mantinham controle total sobre as áreas circundantes.

O exército israelense, embora não diretamente envolvido nos ataques, tinha um controle absoluto sobre o perímetro dos campos e, portanto, uma responsabilidade clara pelo que estava ocorrendo dentro. Como relatou o então general israelense Amos Lapidot, “estávamos cientes da entrada das milícias nos campos e, apesar de nossos esforços para controlar a situação, não impedimos o que estava acontecendo. A operação tinha objetivos estratégicos que justificavam a nossa presença.”

A visão do massacre pelo lado internacional também foi crítica. O diplomata norte-americano Philip Habib, que estava presente no Líbano durante os eventos, relatou: “A colaboração entre as forças israelenses e os falangistas é inegável. A ausência de ação israelense durante o massacre revela um comprometimento com o objetivo de eliminar a resistência palestina, mesmo que isso custasse a vida de civis inocentes.”

Durante o massacre, a comunidade internacional e os organismos de direitos humanos foram amplamente ignorados pelas forças israelenses, que continuaram a operar sob a alegação de que estavam tentando estabilizar a região e garantir a segurança. No entanto, as evidências do massacre e o papel ativo das forças falangistas e israelenses foram amplamente documentadas por jornalistas e testemunhas oculares, revelando a brutalidade das ações e a conivência das autoridades israelenses.

O Massacre de Sabra e Chatila não foi um evento isolado, mas parte de uma longa história de violência e repressão contra o povo palestino, iniciada nas primeiras décadas do século XX. A destruição sistemática dos campos e o assassinato de milhares de civis palestinos e libaneses refletem a política continuada de opressão e deslocamento forçado que marca a história da Palestina. A conexão entre o massacre e a política israelense é clara: a opressão do povo palestino e a manutenção de uma ocupação brutal continuam a ser as marcas de uma estratégia que busca erradicar qualquer resistência ao projeto colonial sionista.

O ataque monstruoso contra civis desarmados iniciado naquela manhã de 16 de setembro reforça o caráter criminoso da ocupação israelense e das alianças que sustentam essa política opressiva. As atrocidades cometidas contra civis palestinos e libaneses revelam a natureza sistemática e desumana da repressão que o regime sionista impõe à região.

Este evento histórico demonstra claramente que a violência e a opressão são intrínsecas à estratégia de controle israelense. Portanto, fica evidente que qualquer tentativa de negociar com o sionismo ou com os interesses imperialistas que o sustentam está fadada ao fracasso, pois a base da política israelense é a negação dos direitos e da dignidade dos povos palestinos e árabes.

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