Em 1953, um grupo de jovens revolucionários tentou tomar o Quartel de La Moncada para derrubar a ditadura pró-imperialista de Fulgencio Batista. Seu principal líder era Fidel Castro. Este é considerado o início da Revolução Cubana. O dia da ação, 26 de julho, deu nome ao partido que tomou o poder em Cuba 6 anos depois.
Fidel foi preso, e ficou em regime de solitária por muitos dias. Seu discurso, preferido no dia 16 de outubro do mesmo ano, se tornou um dos mais famosos da história. O discurso era, na verdade, a sua própria defesa diante do julgamento na corte da ditadura.
É possível sentir a potência do discurso em seu princípio: “nunca um advogado teve que exercer sua profissão em condições tão difíceis; nunca contra um acusado se cometeu tal acúmulo de irregulares esmagadoras. Ambos, o advogado e o acusado, são, neste caso, a mesma pessoa. Como advogado, não pôde sequer ver o processo, e como acusado, já faz setenta e seis dias que está encerrado em uma cela solitária, total e absolutamente incomunicável, acima de todas as prescrições humanas e legais.
Quem está falando abomina com toda a alma a vaidade pueril, e não tem nem o ânimo, nem o temperamento para poses de tribuno ou sensacionalismo de qualquer espécie. Se tive que assumir minha própria defesa diante deste tribunal, foi por dois motivos. Um: porque praticamente fui completamente privado dela; outro: porque só quem foi ferido tão profundamente, e viu a pátria tão desamparada e a justiça tão aviltada, pode falar em uma ocasião como esta com palavras que sejam sangue do coração e entranhas da verdade.”
Fidel Castro depois ficaria conhecido por seus grandiosos discursos que cativaram centenas de milhões de oprimidos no mundo. A famosa citação é como termina sua defesa.
“Quanto a mim, sei que a prisão será dura como nunca foi para ninguém, cheia de ameaças, de vil e covarde crueldade, mas não a temo, assim como não temo a fúria do tirano miserável que tirou a vida de setenta dos meus irmãos. Condenem-me, não importa, a história me absolverá.”