Em 15 de maio de 1937, em Praga, na Tchecoslováquia, nascia Madeleine Albright, uma das maiores criminosas representantes do imperialismo. Albright faleceu em 2022 e, como é comum ao imperialismo, logo após a morte, ela foi apresentada como uma mulher exímia, apagando, com isso, as atrocidades que cometeu.
Vinda com a família em 1948 e estabelecidos em Denver, Colorado, Albright consegue a cidadania norte-americana em 1957. Forma-se em 1959 e obtém o doutorado pela Universidade de Columbia em 1975. Realiza carreira no interior do Partido Democrata, tendo atuado como assessora do senador e ex-secretário de Estado Edmund Muskie e, posteriormente, como funcionária do Conselho de Segurança Nacional sob Zbigniew Brzezinski até o fim do governo do presidente Jimmy Carter.
A experiência na política democrata, a ala mais sanguinolenta do imperialismo, levou-a ao alto escalão. Auxilia a organização do Conselho de Segurança Nacional do presidente Bill Clinton a partir de 1992. É nomeada pela administração Clinton como embaixadora dos EUA na ONU. Lá, Madeleine Albright defendia uma política externa agressiva contra os “inimigos” dos EUA.
Em 1997, após a reeleição de Clinton, assume como Secretária de Estado. Dos crimes aí cometidos, um dos mais chocantes foi as sanções violentíssimas contra o Iraque, que preparou a invasão no governo seguinte.
Em uma entrevista muito difundida, o jornalista Lesley Stahl questionou Albright — então embaixador dos EUA nas Nações Unidas — sobre o efeito catastrófico que as rigorosas sanções dos EUA impostas após a invasão do Cuaite pelo Iraque teriam sobre a população iraquiana.
“Ouvimos dizer que meio milhão de crianças [iraquianas] morreram. Quero dizer, são mais crianças do que morreram em Hiroshima”, perguntou Stahl. “E você sabe se o preço vale a pena?”
O que Madeleine respondeu:
“Acho que é uma escolha muito difícil, mas o preço, pensamos, vale a pena.”
Uma revelação contundente, com uma sinceridade excessiva, da política genocida do imperialismo. Obviamente que a surpreendente e terrível revelação gerou polêmica e Albright teve de dizer que não era bem assim, que se equivocou com a pergunta.
O fato é que as sanções estabelecidas ao Iraque, proibição da venda do petróleo, principal artigo de exportação do país, e de importar qualquer coisa do mundo, um isolamento total, levou exatamente ao que afirmou o jornalista.
Desde o início das sanções em 1990, estima-se que 1,5 milhão de crianças tenham morrido vítimas das consequências das violentas sanções. Conforme a UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos ultrapassou os 4.000 por mês devido à falta de alimentos e medicamentos básicos causada pelas sanções — ou seja, até 200 bebês e crianças pequenas morrem de forma evitável por dia.
Ao morrer, outros carniceiros prestaram suas homenagens, Bill Clinton disse ser “uma força apaixonada pela liberdade, democracia e direitos humanos”. O presidente Joe Biden, por sua vez, proclamou que ela “sempre foi uma força de bondade, graça e decência — e de liberdade”.