A crescente rebelião dos países africanos em relação ao imperialismo é um avanço para a luta de todos os povos oprimidos no mundo, temos os casos do Níger, Mali e Burquina Faso; que levam adiante uma luta para a expulsão completa de forças imperialistas de seus territórios e do domínio de seus recursos.
Porém, não muito longe da região onde se encontram esses países, o imperialismo promove uma guerra civil sangrenta em favor de seus interesses no continente africano, o país vítima desse ataque é o Sudão.
A disputa de forças se dá entre as Forças Armadas do Sudão, lideradas por Abdel Fatah al-Burhan e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti. Ambos generais, porém Burnham é o homem do imperialismo na região, enquanto as FAR, possuem um caráter mais nacionalista. As Forças lideradas Hemedti, são apontadas como apoiadas pela Rússia e pelos Emirados Árabes.
Rico em Petróleo, ouro e diamante, já há muitos anos o imperialismo investe na divisão do país para levar adiante seus interesses na região.
Desde 1956, quando se tornou independente do poder britânico, o Sudão passou por uma série de governos militares, sendo o mais longo deles o de Omar Al-Bashir que durou 30 anos, sendo deposto em 2019.
Passados dois anos, um novo golpe colocou uma junta militar da qual faziam parte Burnham e Dagalo, já em 2023 as Forças de Apoio Rápido passaram a ser vistas como ameaça pelo Exército oficial, levando à escala do conflito que se estende até os dias atuais.
A divisão da sociedade sudanesa tem como base a questão étnica e religiosas e desde a independência dividiram-se na disputa de poder, grupos ligados ou aos britânicos, ou aos egípcios.
Além disso, a divisão territorial e a distribuição de recursos entre elas é mais um fator de divisão e disputas no território sudanês, em 2011 foi oficializada a divisão entre Sudão do Norte e Sudão do Sul.
Outro período em que se destaca o conflito armado de intensa violência, foram entre os anos de 1983 e 2005, onde destacaram as articulações da CIA para o estímulo ao conflito.
Todo esse histórico de divisões e conflitos levaram até a situação atual de forte crise humanitária, que já forçou até agora o deslocamento de mais de 11 milhões de pessoas, principalmente para países vizinhos.
O caos instaurado no Sudão só tem como favorecer o imperialismo e sua movimentação para dominar os recursos da região, porém com o enfraquecimento e expulsão de forças imperialistas em países próximos, há a esperança de que este panorama traga também algum favorecimento à população sudanesa.