Há 36 anos era assinada a Declaração da Independência da Palestina, em 15 de novembro de 1988, em Argel. A declaração foi assinada durante uma reunião do CNP (Conselho Nacional Palestino). Mahmout Darwish, um dos princiapis poetas palestinos, foi quem escreveu o documento e sua proclamação foi feita por Yasser Arafat, líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
Mahmoud Darwish (1941-2008) nasceu em Al-Birwa, hoje ocupada por “Israel”. Filho de uma família numerosa de camponeses, teve que fugir com seus pais e irmãos em 1948 para o Líbano. Um ano depois, quando pôde voltar para sua terra natal, descobriu que os sionistas haviam destruído tudo. Darwish começou a escrever aos 19 anos, seu primeiro livro se chama Pássaros sem Asas. Os sionistas o prenderam diversas vezes por conta de seu ativismo político.
Yasser Arafat (1929-2004) foi um dos principais líderes da OLP de 1969 até sua morte. Arafat era egípcio, nasceu no Cairo, e era formado em engenharia. É cofundador da Fatah, um grupo paramilitar que enfrentou militarmente os sionistas.
O período da Declaração,1988, foi rico em acontecimentos na Palestina. Um ano antes, 1987, foi criado o Hamas, o principal partido da Faixa de Gaza e principal força política e também militar com seu braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, fundado em 1992. Que, com outros partidos e grupos da Resistência Palestina, iniciaram a operação Dilúvio de al-Aqsa, em 7 de outubro de 2023, expondo as fragilidades do Estado sionista e começando essa que se pode chamar de Revolução Palestina.
Em 1987 foi também o início da I Intifada, ou a Intifada das Pedras, quando a população palestina se levantou contra a ocupação colonialista israelense na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
A luta do povo palestino, durante a Intifada, reforçava seu desejo de expulsar as tropas sionistas dos territórios ocupados e lutava pelo seu direito de autodeterminação. A I Intifada levou à criação da Autoridade Palestina (que acabou traindo os palestinos) e à assinatura dos Tratados de Oslo.
A votação
A Declaração foi aprovada pelo CNP com 253 votos a favor, 46 contra e 10 abstenções. No documento, Jerusalém é declarada capital da Palestina, ainda que a cidade estivesse sob ocupação dos israelenses.
Noventa e quatro países reconheceram a Declaração logo após sua promulgação. Atualmente, 143 países-membros da ONU, de um total de 193, reconhecem a Palestina como um Estado soberano.