Em 15 de outubro e 1987, o imperialismo derrubou e assassinou o presidente nacionalista de Burquina Fasso, Thomas Sankara. Ele assumiu o poder no país em 1983, por meio de um golpe militar nacionalista que ele liderou com o apoio de jovens militares, incluindo seu amigo e colega, Blaise Compaoré.
Inspirada pelo socialismo e pelo pan-africanismo lançou uma série de reformas radicais voltadas para a autossuficiência econômica, a promoção da educação, a saúde pública, os direitos das mulheres, dentre outras. Ele também mudou o nome do país de Alto Volta para Burquina Fasso, que significa “terra dos homens íntegros”.
O imperialismo francês não poderia deixar o país se tornar um exemplo para suas demais colônias na África. Na tarde de 15 de outubro de 1987, Sankara convocou uma reunião no Conselho Nacional da Revolução (CNR), o órgão máximo do governo, que também servia como sede do governo em Ouagadougou. Durante a reunião, um grupo de soldados leais a Blaise Compaoré invadiu o local.
Os detalhes do ataque são poucos, mas sabe-se que Thomas Sankara e doze de seus aliados mais próximos foram emboscados e mortos a tiros no prédio onde se reuniam. Sankara, que foi atingido por vários tiros, teria dito aos seus agressores para pouparem os outros e focarem nele, mas todos os presentes na sala foram executados. Após o assassinato, o corpo de Sankara foi enterrado rapidamente em uma sepultura não identificada, sem cerimônia, e o regime tratou de apagar rapidamente seu legado.
Após o golpe, Blaise Compaoré consolidou seu poder e governou Burquina Faso por 27 anos, até ser deposto em 2014, em meio a grandes protestos populares. Compaoré justificou o golpe afirmando que Sankara era um ditador. Ele então atuou como ditador neoliberal a serviço dos franceses por quase 3 décadas.
Em 2021, Blaise Compaoré foi julgado à revelia por seu papel no assassinato de Sankara, e em 2022 foi condenado por conspiração e cumplicidade no assassinato do líder revolucionário. Em 2022, um jovem militar inspirado em Sankara, Ibrahim Traoré, seguiu seus passos e tomou o poder. Traoré hoje se destaca como uma das lideranças mais radicais na luta contra o imperialismo na África.