Mikhail Ivanovich Glinka nasceu em 1º de junho de 1804 em Novospasskoye, Rússia, e faleceu em 15 de fevereiro de 1857 em Berlim, Prússia (atual Alemanha). Ele é considerado o pai da música erudita russa e foi o primeiro compositor russo a ganhar reconhecimento internacional. Sua influência foi fundamental para futuros compositores russos, incluindo os membros do chamado Grupo dos Cinco, composto por Mily Balakirev, Aleksandr Borodin, César Cui, Modest Mussorgsky e Nikolai Rimsky-Korsakov.
A formação musical de Glinka foi irregular até 1828, quando viajou para a Itália por motivos de saúde. Lá, ele amadureceu seu projeto de criar uma música nacional russa. Inspirado pelo exemplo de Carl Maria von Weber, que havia criado uma ópera caracteristicamente alemã, Glinka compôs a ópera “A Vida pelo Czar” (1836), cujo enredo se passa durante a guerra russo-polonesa de 1635. Essa ópera obteve grande sucesso e marcou o início de uma escola musical russa.
Em seguida, Glinka escreveu outra ópera, “Ruslan e Ludmila” (1842), baseada no poema homônimo de Puchkin. Nessa obra, ele incorporou elementos orientais das regiões do Império Russo na Ásia. Embora menos aplaudida que “A Vida pelo Czar”, essa ópera também deixou sua marca na história da música russa.
Além de suas óperas, Glinka compôs peças sinfônicas, como “Jota Aragonesa” (1845) e “Uma Noite de Verão em Madri” (1848), que refletem seu interesse pela música espanhola. Ele também explorou a música litúrgica eslava e escreveu numerosos lieder (canções).
Glinka é conhecido por sua Canção Patriótica, que foi postumamente usada como o hino da Rússia entre 1991 e 2000. No entanto, alguns russos a associam aos anos em que Boris Ieltsin esteve no poder e a chamam de “Canção da Oligarquia”. O asteroide 2205 Glinka, descoberto em 1973, foi nomeado em sua honra.