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História da Palestina

09/12/1987: 37 anos da rebelião que preparou Dilúvio de al Aqsa

O maior legado da rebelião popular desencadeada em 1987 é a liderança do Hamas e a operação "Dilúvio de al-Aqsa"

Aqui está o texto revisado com as correções gramaticais, ortográficas e de coesão:


No dia 9 de dezembro de 1987, o povo palestino iniciou um dos episódios mais marcantes de sua história contemporânea: a Primeira Intifada. Esse levante popular contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza não apenas representou um fortalecimento da tendência à resistência palestina sem precedentes, mas também deu início a um movimento que transformaria a luta pela autodeterminação da nação invadida.

Após 37 anos, as consequências dessa verdadeira revolução ainda repercutem, principalmente na atual luta pela libertação da Palestina, inclusive com o surgimento de uma nova liderança para a luta palestina: o Hamas. O partido se tornaria a liderança do atual movimento libertador palestino e a principal expressão da Resistência contra a ditadura sionista.

A Primeira Intifada surgiu como uma resposta popular à situação de opressão e humilhação sofrida pelo povo palestino sob a ocupação israelense. Desde a ocupação das terras palestinas após a Primeira Guerra Mundial, a população local foi submetida a um regime criminoso de apartheid, com restrições severas à sua mobilidade no próprio país, à posse de terras e à sua autonomia política. Durante as décadas de 1970 e 1980, a situação se agravou, com o aumento do assentamento israelense nas terras palestinas e a repressão brutal por parte das forças israelenses.

Em 1987, as tensões atingiram um ponto crítico. Em Gaza, um incidente relativamente menor — um acidente de trânsito causado por um soldado israelense e responsável pela morte de quatro palestinos — foi o estopim para uma onda de protestos que rapidamente, se espalhou por toda a Palestina. O levante ganhou forma não apenas em Gaza, mas também na Cisjordânia. A Primeira Intifada foi marcada por manifestações populares, greves gerais, boicotes a produtos israelenses e o enfrentamento contra a repressão sionista, razão pela qual ficou conhecida como “Revolta das Pedras”.

O movimento não foi organizado por uma única organização política; tratou-se de uma mobilização espontânea das massas palestinas. A energia revolucionária só seria efetivamente dissipada em 1993, com os Acordos de Oslo, por meio dos quais, criou-se a Autoridade Nacional Palestina, com a perspectiva de que a entidade evoluísse para formar o Estado palestino enfim. Não passou de um golpe, o que logo tornou-se claro, mas os seis anos de intensa mobilização não deixam dúvidas quanto à disposição de luta da população árabe pela libertação do seu país, o que não tardou para ser retomado.

Legado

Fundado também em 1987 como uma entidade ligada a Irmandade Muçulmana, o Movimento Resistência Islâmica (“Hamas”, na sigla em árabe) se propôs a combinar as ações de resistência armada com o trabalho social. Embora surgido uma organização religiosa dedicada à caridade, a organização logo cresceu em popularidade e influência, evoluindo para um verdadeiro partido político de massas, de luta pela libertação da Palestina.

Após o fim da Primeira Intifada, a luta palestina continuou a ser marcada por uma crescente frustração com os processos de paz e pela repressão brutal sionista. A Segunda Intifada, que começou em 2000, foi ainda mais intensa, com um nível de violência significativamente maior.

Durante esse período, o Hamas consolidou sua posição como a principal das forças políticas da Palestina. Após abandonar a política de boicotes às eleições, a organização se tornou a maior bancada no parlamento palestino ao vencer as eleições legislativas de 2006.

Hoje, quase 40 anos desde o início da Primeira Intifada, o Hamas se consolidou como a principal das forças da Resistência Palestina. A organização lidera a luta contra a criminosa ditadura sionista, sendo responsável pela operação “Dilúvio de al-Aqsa”, iniciada em 7 de outubro de 2023, que impôs uma derrota gigantesca e inédita ao regime israelense. Uma série de estruturas estratégicas do ponto de vista militar e econômico, como bases militares e portos, foram alvos dessa operação, que abriu caminho sem volta para a libertação da Palestina, uma vitória para a revolução iniciada em 1987, sufocada em alguns momentos, mas nunca vencida.

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