No dia 1º de fevereiro, faleceu uma das maiores escritoras do século XIX, Mary Wollstonecraft Godwin, mais conhecida como Mary Shelley. Ela é conhecida principalmente pelo seu clássico Frankenstein, o Prometeus Moderno, um dos livros responsável por inspirar quase todo o gênero de ficção cientifica. Mas toda a história de Shelley, muito menos conhecida que seu mais famoso livro, é muito interessante, desde o seu nascimento.
Mary nasceu em 30 de agosto de 1797, em Londres, na Inglaterra. Filha dos filósofos políticos William Godwin e Mary Wollstonecraft. Godwin foi um dos pioneiros do utilitarismo e é considerado o padrinho do anarquismo por setores do movimento por seu radicalismo na política. Wollstonecraft, por sua vez, foi uma militante dos direitos das mulheres conhecida por sua obra Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher. Ela foi uma defensora aberta da Revolução Francesa. No entanto, não esteve presente na vida de sua filha, pois faleceu poucos dias após o seu nascimento.
Em sua adolescência, Mary conheceu o poeta Percy Bysshe Shelley, e os dois se apaixonaram, apesar do fato de Shelley ainda ser casado na época. Percy Shelley, hoje ofuscado pela fama de sua esposa, foi um grande poeta inglês do século XIX, sua poesia mais famosa é Ozymandias. Também figuram entre os mais famosos da poesia inglesa do século os seus versos “Meu nome é Ozymandias, rei dos reis: Contemplai as minhas obras, ó poderosos e desesperai-vos! Nada mais resta: em redor a decadência. Daquele destroço colossal, sem limite e vazio. As areias solitárias e planas se espalham para longe“.
Em 1816, Mary e Percy viajaram para a Suíça com Lord Byron e o médico John Polidori. Durante essa viagem, a ideia para Frankenstein começou a se desenvolver em uma brincadeira em que todos os presentes na viagem deveriam escrever um conto de terror. O romance foi publicado anonimamente em 1818 e é considerado um marco na literatura gótica e de ficção científica. Além disso, teve uma influência enorme também no cinema com diversas gravações do romance.
A vida de Mary Shelley foi marcada por perdas significativas, incluindo a morte de seus filhos e de Percy Shelley em um trágico acidente de barco em 1822. Após a morte de Percy, Mary continuou a escrever e editar as obras dele, além de produzir seus próprios trabalhos, como The Last Man (1826) e Lodore (1835). Mary Shelley faleceu em 1º de fevereiro de 1851, aos 53 anos, em Londres. Seu legado perdura principalmente através de Frankenstein.