Instagram e Facebook

Zuckerberg impõe censura em massa para apoiar genocídio em Gaza

Relatório revelou que a política do Meta em relação a postagens defendendo a Palestina é de censura generalizada

A censura em massa nas redes sociais não é um fenômeno novo. Contudo, com a nova etapa de crise do imperialismo, principalmente a crise do Estado de “Israel”, se abre uma nova etapa no cerceamento à liberdade de expressão. Até mesmo Elon Musk, que vinha tendo uma postura menos autoritária neste quesito, aumentou a censura no X (antigo Twitter).

Na Meta, que abrange as plataformas Facebook, WhatsApp e Instagram, onde já imperava uma política de censura ainda mais brutal, a situação é ainda pior. O caso é tão escancarado que até a ONG imperialista Human Rights Watch denunciou a censura em um relatório.

O relatório revisou 1.050 casos de censura desde o dia 7 de outubro, quando começou a atual guerra entre “Israel” e Palestina. As publicações continham mensagens pacíficas em apoio à Palestina, mas ainda assim foram censuradas. O Meta removeu comentários com textos contendo termos como “free Palestina” (Palestina livre) e “Stop the genocide” (parem o genocídio), escondeu ou removeu emojis de bandeiras da Palestina e, não só isso, como bloqueou páginas de defesa da Palestina. Um caso recente foi a página de Instagram Palestina Hoy, que foi bloqueada. Era a maior página de defesa da Palestina em espanhol, voltada para a América Latina, no X. A página tem 550 mil seguidores. Outras contas removidas foram as do jornalista palestino Ahmed Shihab-Eldin, Let’s Talk Palestine, Quds News Network e da correspondente da Mondoweiss Leila Warah.

A diretora interina de tecnologia e direitos humanos da HRW, Deborah Brown, afirmou que: “a censura da Meta de conteúdo em apoio à Palestina agrava a situação em um momento de atrocidades indescritíveis e repressão que já sufocam a expressão dos palestinos. As redes sociais são uma plataforma essencial para as pessoas darem testemunhos e se manifestarem contra abusos, enquanto a censura da Meta está contribuindo para a eliminação do sofrimento dos palestinos.” Ou seja, a censura é, na verdade, um encobrimento das mortes, um apoio ao genocídio que acontece na Faixa de Gaza. Esse é, na verdade, sempre o resultado do cerceamento à liberdade de expressão, um apoio à política dos opressores.

Em uma entrevista concedida ao El País, Brown afirmou: “O que nos impressionou é que isso é global. Não são ativistas que costumam lidar com a questão da Palestina. São cidadãos comuns, pessoas preocupadas com o que está acontecendo, que estão reagindo às notícias e experimentando a censura pela primeira vez”. Visto que as redes sociais permitem a comunicação de massas, a censura também acontece na escala das massas. O caso da Palestina escancarou esse fenômeno.

O relatório destaca as principais formas de censura: remoção completa de conteúdo; suspensão ou desativação permanente de contas; restrição da capacidade de alguém responder a outro conteúdo por 24 horas a três meses; limitação da capacidade de alguém marcar ou seguir outras contas; restrição da capacidade de alguém usar recursos do site, como Instagram ou Facebook Live; e shadow banning, ou seja, redução da visibilidade do conteúdo de um usuário sem informá-los. E é muito provável que os números encontrados estejam sub notificados, visto que o Meta tem métodos para esconder a censura e a HRW é uma organização com muitos laços com o imperialismo, inclusive já defendeu o sionismo em mais de uma ocasião.

Segundo o relatório, um dos principais motivos da censura é a política de “Organizações e Indivíduos Perigosos” da Meta, que proíbe pessoas ou grupos que “proclamam um objetivo violento ou estão envolvidos em violência”. Isso inclui proibições de postagens que “elogiem” ou “apoiem” organizações consideradas terroristas pelos EUA, como o Hamas e as demais organizações da luta armada palestina. Sobre isso, o HRW afirmou: “a forma como o Meta aplica essa política efetivamente proíbe muitas postagens que endossam grandes movimentos políticos palestinos e suprimem a discussão em torno de Israel e Palestina”.

Não é a primeira vez que a HRW denuncia a política de censura do Meta. Outro caso aconteceu em 2021, quando o Estado de “Israel” iniciou uma série de despejos em Jerusalém ocupada no bairro de Sheikh Jarrah. Naquele momento, a HRW descobriu que o Instagram e o Facebook censuraram postagens sobre o caso e sobre os protestos que ocorreram contra “Israel”. Isso mostra que a crise com os monopólios das redes sociais já existia e agora tende a crescer com o atual genocídio perpetrado na Faixa de Gaza.

A HRW então mandou uma carta ao Meta sobre o caso. A empresa de Mark Zuckerberg respondeu cinicamente: “obviamente, em situações excepcionais e de rápida evolução como esta, nossa resposta nunca pode ser perfeita, as fronteiras são difíceis de serem traçadas, e pessoas ou sistemas podem e certamente cometerão erros”. O relatório da HRW então conclui: “o Meta deveria permitir expressão protegida, incluindo sobre abusos de direitos humanos e movimentos políticos, em suas plataformas”.

Esse relatório é só mais uma evidência de um problema que está escancarado há anos nas redes sociais. Os grandes monopólios imperialistas, que controlam as redes, travam uma verdadeira guerra contra os usuários para que nenhuma informação negativa para a política imperialista seja divulgada. É um jogo difícil, querem censurar todos, mas não querem que as pessoas troquem de rede social. Isso só é sustentável, pois existe o monopólio, no entanto, com o aprofundamento da crise do imperialismo gigantes como o Meta e o Twitter/X podem ruir e dar lugar a redes com total liberdade de expressão.

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